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Polónia e Ucrânia criam defesa anti-drone conjunta após incursão russa

Polónia e Ucrânia anunciaram esta Quinta-feira, 11 de Setembro, uma cooperação inédita para desenvolver sistemas de defesa anti-drone, após a entrada de 19 drones russos no espaço aéreo polaco. Foi a primeira vez, desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, que a Força Aérea polaca abateu drones russos.

Reunião de emergência em Varsóvia

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, declarou depois da reunião do Conselho Nacional de Segurança que Varsóvia recebeu apoio «inequívoco» dos seus aliados europeus e que o país está pronto para investir nos sistemas mais eficazes para enfrentar a ameaça russa.

«Todos tratam este assunto como causa comum. Não se trata apenas de palavras de solidariedade, mas de declarações inequívocas de apoio directo à Polónia», afirmou Tusk, citado pelo jornal polaco Onet.

Segundo o governante, a França ofereceu caças Rafale, os Países Baixos discutem o envio de baterias adicionais Patriot e o Reino Unido irá cooperar com Paris para reforçar a defesa aérea polaca.

Cooperação directa com Kiev

Donald Tusk confirmou igualmente que Polónia e Ucrânia irão trabalhar juntas no desenvolvimento de uma defesa anti-drone mais eficaz, com reuniões técnicas já agendadas para as próximas horas.

No mesmo dia, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que militares polacos vão deslocar-se à Ucrânia para treino específico sobre como interceptar drones russos.

«Um míssil que custa um milhão não pode abater drones que custam dezenas de milhares de dólares», disse Zelensky em conferência de imprensa conjunta com o Presidente finlandês Alexander Stubb.

Produção conjunta de drones interceptores

O chefe de Estado ucraniano propôs ainda a criação de um programa conjunto de financiamento e produção de drones interceptores com parceiros europeus.

Paralelamente, o ministro da Defesa ucraniano, Denys Shmyhal, assinou em Kiev um acordo com o seu homólogo britânico, John Healey, para iniciar a produção dos primeiros mil drones interceptores destinados ao exército ucraniano.

A medida pretende colmatar a disparidade de custos entre os sistemas de mísseis convencionais e os drones de ataque de baixo custo utilizados pela Rússia.

NATO chamada a consultas

Em resposta à incursão russa, Varsóvia invocou o Artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte, que prevê consultas entre aliados sempre que um Estado-membro considere que a sua segurança está ameaçada.

Apesar da gravidade do episódio, Moscovo negou qualquer responsabilidade pela operação.

O Presidente polaco, Karol Nawrocki, afirmou ter recebido garantias de apoio de Donald Trump, após conversa telefónica. O líder norte-americano relativizou o incidente, admitindo que a violação «poderia ter sido um erro».

«Preferíamos que o nosso maior aliado se pronunciasse claramente, mas não podemos ser esquisitos; temos de nos habituar a esta situação», comentou Tusk.

Impacto e próximos passos

As autoridades polacas sublinham que o financiamento «não será obstáculo» e que Varsóvia está pronta a investir quantias avultadas para assegurar a defesa aérea.

Especialistas em segurança europeia destacam que a cooperação directa com Kiev e o envolvimento de países como França, Reino Unido, Países Baixos e Suécia poderá acelerar uma nova arquitectura de defesa no flanco oriental da NATO.

O plano de acção prevê:

● Integração de sistemas anti-drone e radares avançados;

● Cooperação industrial para produção de drones interceptores;

● Treino cruzado de militares polacos e ucranianos;

● Reforço da presença aérea da NATO na região.

A crise provocada pelo ataque com drones confirma, segundo analistas, que a guerra na Ucrânia ultrapassou fronteiras e que a defesa europeia entrou numa nova fase, marcada por ameaças híbridas e pelo uso intensivo de tecnologias de baixo custo.

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