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Populações Sitiadas em Moçambique Recebem Ajuda Alimentar Aérea Após Passagem do Ciclone Jude

Moçambique continua a enfrentar os impactos devastadores do ciclone Jude, que provocou a morte de pelo menos 14 pessoas e deixou 60 feridas após a sua passagem na segunda-feira. A situação tem sido particularmente grave nas comunidades sitiadas, especialmente na Ilha de Moçambique, na província de Nampula, que estão a receber assistência alimentar por via aérea desde a última sexta-feira.

Em declarações à imprensa, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, revelou que, desde o início da ajuda aérea, foi possível entregar alimentos essenciais, como papas para as crianças. O governante destacou a importância desta operação, uma vez que algumas das populações afetadas estavam há vários dias sem conseguir se alimentar. “Tínhamos lá pessoas, crianças que há dois ou três dias não comiam, mas a partir de ontem começaram a comer porque conseguimos colocar lá arroz e fizeram imediatamente papas quentes”, afirmou Chapo.

Além do auxílio alimentar, o Presidente destacou os esforços para resgatar as pessoas sitiadas em vários distritos da província de Nampula, onde os danos causados pelo ciclone continuam a ser preocupantes. A prioridade do Governo é garantir a segurança alimentar das populações e, simultaneamente, trabalhar na “reposição de emergência” das infraestruturas essenciais, como estradas e pontes, fundamentais para restabelecer a circulação de pessoas e bens, o que tem grande impacto na economia nacional.

Os números das vítimas e dos danos materiais não param de aumentar. O Governo de Moçambique informou que já foram afetadas 100.410 pessoas, o que corresponde a 19.961 famílias. As províncias mais atingidas incluem Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte do país, e as províncias centrais de Tete e Manica. Além disso, o ciclone Jude causou a destruição de 20.244 casas e afetou severamente as infraestruturas públicas e privadas, incluindo escolas, salas de aulas e edifícios de culto.

A educação também foi fortemente impactada, com 59 escolas e 182 salas de aulas danificadas, afetando cerca de 17.401 alunos e 264 professores. A tempestade também destruiu várias pontes, aquedutos e causou danos em 1.262 hectares de áreas agrícolas, que são essenciais para a subsistência das populações locais.

Moçambique, que está a viver a sua época chuvosa, já foi afetado anteriormente por outros ciclones, como Chido e Dikeledi, que causaram destruição no norte do país entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. O país africano tem enfrentado, nos últimos anos, um aumento de eventos climáticos extremos, com ciclones e tempestades a afetarem milhões de pessoas, além de secas severas em algumas regiões.

Entre 2019 e 2023, pelo menos 1.016 pessoas perderam a vida devido a eventos climáticos em Moçambique, e cerca de 4,9 milhões de pessoas foram afetadas por cheias e ciclones tropicais. O país é um dos mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas globais, que têm agravado a frequência e a intensidade desses fenómenos naturais. O Governo continua a trabalhar para mitigar os efeitos dessas catástrofes e apoiar as populações afetadas por esta grave crise humanitária.

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