Portugal não marcará presença na cimeira de domingo, que terá lugar em Londres, convocada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, com o objetivo de reforçar a ação europeia em relação à Ucrânia e à sua segurança. A ausência da delegação portuguesa foi confirmada por uma fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros à agência Lusa.
A reunião, que contará com mais de dez líderes europeus, será uma plataforma de diálogo para a promoção de iniciativas de apoio à Ucrânia, numa altura em que a guerra com a Rússia continua a assolar o país. Segundo um comunicado divulgado na sexta-feira pelo gabinete de Starmer, o objetivo da cimeira é avançar com um apoio europeu unido e indestrutível à Ucrânia, com vista à busca de uma “paz justa” e a criação de um acordo duradouro que garanta a soberania e a segurança futura do país.
Entre os líderes esperados em Londres estão figuras de peso como o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, além do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan. Também se espera a presença de líderes da Dinamarca e da Itália.
Keir Starmer irá, além disso, encontrar-se separadamente com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, antes do início da cimeira, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terá uma reunião com o primeiro-ministro britânico, à margem do evento.
A cimeira, que surge após a continuação das negociações de Paris, lideradas por Macron, será focada no fortalecimento da posição da Ucrânia face à Rússia, com ênfase no apoio militar contínuo, bem como no aumento da pressão económica sobre Moscovo. No entanto, Portugal, que recentemente participou na cimeira de emergência convocada por Macron, em Paris, e que se envolveu em várias iniciativas diplomáticas para pôr fim ao conflito, decidiu não estar presente no evento londrino.
O Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, participou, no passado dia 19, na segunda parte da reunião de emergência em Paris, realizada à distância a partir de Brasília. Durante o evento, as autoridades europeias e da NATO discutiram estratégias comuns para lidar com a guerra e intensificar os esforços diplomáticos para uma resolução pacífica do conflito. Em 2023, após três anos de guerra, a União Europeia continua a buscar uma solução sustentável que garanta a paz na região.
A ausência de Portugal em Londres levanta questões sobre a postura do Governo português face à guerra na Ucrânia e a sua presença em fóruns internacionais. Embora o Governo tenha participado ativamente em outras reuniões-chave, como as negociações em Paris, a decisão de não comparecer na cimeira de Londres é um passo notável e pode ter implicações nas relações do país com as principais potências europeias, que continuam a coordenar esforços para isolar a Rússia e apoiar a Ucrânia na sua luta pela preservação da sua integridade territorial.
Esta cimeira acontece num momento de crescente tensão internacional, depois de uma troca de acusações entre o presidente ucraniano e o ex-presidente norte-americano Donald Trump. O confronto, ocorrido na sexta-feira na Casa Branca, destacou as divergências nas abordagens da guerra e gerou incertezas sobre as futuras negociações de paz.
Portugal, até ao momento, mantém-se de fora deste importante encontro internacional, enquanto a guerra na Ucrânia continua a ter um impacto devastador na segurança e estabilidade da Europa. A omissão de uma presença portuguesa em Londres poderá influenciar a imagem do país nas discussões sobre o futuro da Ucrânia e a construção de um consenso europeu mais robusto sobre o conflito.