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Presidente Angolano Gasta 14 Milhões de Dólares

A deputada Mihaela Webba, da UNITA, maior partido na oposição angolana, denunciou que o Presidente Angolano gasta, em viagens ao estrangeiro, mais de 12 milhões de dólares.

Presidente angolano gasta 14 milhões de dólares
DR

Jurista Agostinho Canando incentiva à parlamentar apresentar queixa-crime à Procuradoria-Geral da República contra João Lourenço.

Durante um debate a uma estação de rádio privada, em Luanda, a vice-presidente da União para Independência Total de Angola, a UNITA, Mihaela Webba, acusou o Presidente da República João Lourenço, de gastar cerca de 14 milhões de dólares do Estado para viagem ao estrangeiro.

A deputada acha que o dinheiro está a ser mal gasto onde não se deve, ao comentar à proposta salarial apresentada, em conferência de imprensa, há dias, por grupo de centrais sindicais angolano.

“Nós podemos continuar a ter um Presidente da República em que, cada saída dele, o país tem que pagar cerca de 14 milhões de dólares dos cofres do Estado, não podemos. A manta está na cabeça. É mais do que justo os sindicalistas exigirem isso, porque têm conhecimento do que se passa. O dinheiro está a ser mal gasto, está a ser gasto onde não se deve e não se está a valorizar aqueles que, efectivamente, fazem Angola pulsar, que são a larga maioria dos trabalhadores angolanos”, comentou a deputada.

Em reacção, o professor universitário e jurista, Agostinho Canando, diz ser denuncias muito graves que não devem passar despercebidas da Procuradoria-Geral da República de Angola, já que se trata de uma queixa de uma deputada, cujo partido tem assento na Assembleia Nacional.

Para ele, a parlamentar tem toda legitimidade de trazer à tona qualquer denúncia, desde que haja provas e elementos que constituem crime e que possam estar à disposição dos órgãos de justiça, para posterior investigação do processo.

“Enquanto parlamentar de um partido na oposição tem toda legitimidade trazer a tona qualquer denúncia, porque a Assembleia Nacional e seus grupos parlamentares são os que constituem o poder legislativo e poder legislativo devia ser independente do poder Executivo e do poder Judicial, mas ambos também, para além da independência, têm a interdependência de funções”, avaliou Agostinho Canando.

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Mais, ainda assim, o também advogado levanta reserva quanto ao andamento do processo, caso a deputada Mihaela Webba apresente queixa a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola pela suposta falta de seriedade da justiça angolana.

Presidente angolano gasta 14 milhões de dólares
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“É na base da interdependência de funções que pode um deputado, no caso da doutora Mihaela Webba, em particular, denunciar e colocar à disposição dos serviços da justiça, começando pela Procuradoria-Geral da República, que devia se pronunciar nos melhores termos possíveis, claro, se analisar que houve realmente matéria de crime ou se verificar que a elementos probatórios para poder acusar o Presidente da República, o Presidente não se pode considerar intocável, então, poderá sim ser responsabilizado criminalmente”, calculou o operador de direito.

                                                                      

Entretanto, Agostinho Canando sublinha que, sabendo dos prós e contra da justiça angolana, desconfia que a iniciativa não vai passar de mais uma denúncia, porque a PGR não vai se pronunciar, infelizmente, não é a primeira vez que isso acontece e se pronunciar vai fazer nos termos mais levianos possíveis. 

                                                                                                 

 

 

 

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Francisco Paulo
Francisco Paulo
Jornalista desde 2009, começando a carreira jornalística no extinto semanário “O Desperte”. Passando por diferentes redações em Angola, como a Rádio Despertar, TV Palanca (PTV), Semanários Angolense, A Capital e O Crime.

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