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Programa Reforçar responde às tarifas dos EUA

“Célere e robusto”. É assim que o Governo define o Programa Reforçar, apresentado para mitigar o impacto das tarifas de Donald Trump na economia e empresas nacionais. Com um orçamento de 10,08 mil milhões euros, o novo pacote aloca e reforça verbas para as empresas investirem na competitividade, internacionalização e exportação, apontadas como estratégicas e prioritárias pelos diferentes sectores. Mas mais importante que o anúncio das medidas é o tempo que vão demorar a chegar aos empresários.

O Governo vai lançar quatro medidas de apoio às empresas para combater os efeitos das tarifas lançadas pelos Estados Unidos (entretanto suspensas por 90 dias). Pedro Reis, ministro da Economia, anunciou esta quinta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros, o Programa Reforçar, que irá contar com um investimento de 10 mil milhões de euros e que passa pelo lançamento de linhas de crédito, através do Banco do Fomento, num total de 8,6 mil milhões de euros.

Linhas de crédito, seguros de crédito e a expansão de apoios à internacionalização são os pilares do plano anunciado esta quinta-feira pelo Executivo. Algumas medidas arrancam em maio e junho.

“Portugal está ligado aos Estados Unidos da América por uma sólida amizade e uma intensa relação política e económica (…) Mas, por vezes, é preciso assumi-lo, até com os nossos grandes amigos temos algumas divergências”, disse Luís Montenegro, sublinhando que “a prioridade absoluta passa pela negociação com os Estados Unidos”.

Num contexto de guerra comercial, o pacote de medidas destina outros 1.200 milhões de euros para seguros de crédito à exportação. No documento disponibilizado pelo executivo lê-se que a verba ajudará na “procura de novos mercados e reforço dos mercados tradicionais”.

Prevê também a “bonificação parcial dos prémios de seguros de crédito à exportação para novos mercados”. O plano desafia-se ainda a “construir parcerias com bancos promocionais” em Espanha, na Alemanha, em França e no Reino Unido – os principais parceiros económicos de Portugal.

Para alimentar o esforço da internacionalização, o programa Reforçar destina 50 milhões de euros para o “reforço da realização de campanhas de promoção internacional e prospeção conjunta de novos mercados”. Juntam-se outros 150 milhões para que pequenas e médias empresas possam desenvolver a sua “presença internacional” através da “participação em feiras e eventos internacionais e da realização de ações de prospeção e marketing externo”.

Para tornar mais efetivo este esforço de reforçar a competitividade, a exportação e a internacionalização, o Governo acena também com a criação de uma equipa pluridisciplinar para apoiar as empresas, com a integração de várias entidades como o Banco de Fomento, o IAPMEI ou a AICEP.

O primeiro-ministro defendeu que “a prioridade absoluta passa pela negociação com os Estados Unidos” e assegurou que Portugal está completamente alinhado com as posições tomadas pela Comissão Europeia.

Já o ministro da Economia, que até se mostrou confiante num cenário sem défice, admitiu que o apoio pode não chegar a todas as empresas de um universo de 300 mil, sendo que o foco e a prioridade vão para aquelas que mais dependem das exportações, nomeadamente as realizadas para os Estados Unidos.

“É mesmo o momento de ter adultos na sala”

O primeiro-ministro defende que o quadro de atual incerteza mundial agravado pela crise das tarifas “é mesmo o momento de ter adultos na sala”, avisando para a “impreparação e precipitação de alguns agentes nacionais”.

Necessário “um adulo na sala”

Numa declaração sem direito a perguntas, Luís Montenegro defendeu que “não é tempo de aventuras” e que “nunca a estabilidade, a experiência, a prudência e a maturidade política foram tão decisivas”.

“Como diz o povo, é mesmo o momento de ter adultos na sala. Sem alarmismos, sem precipitações, estamos preparados e tomaremos as decisões necessárias para lidarmos o melhor possível com esta situação desafiante”, afirmou o primeiro-ministro.

A pouco mais de um mês de legislativas antecipadas, Montenegro considerou que o país não pode “acrescentar à incerteza e ao risco externo e internacional a irresponsabilidade, a precipitação e a impreparação de alguns agentes nacionais”.

“Os portugueses não esquecem o défice descontrolado e a dívida galopante ou o desemprego elevado, causados por receitas ilusórias que depois impuseram um enorme sacrifício para que fossem ultrapassadas. Por isso, não abdicamos de contas certas, nem vendemos ilusões que amanhã nos possam sair mais caras”, frisou.

UE e EUA suspendem tarifas por 90 dias

A União Europeia suspendeu esta quinta-feira a aplicação da primeira ronda de tarifas contra os Estados Unidos. A Comissão Europeia justifica que quer dar espaço – 90 dias – às negociações e se não resultar, então, sim, avançam as contra-medidas, nomeadamente as que foram aprovadas esta quarta-feira.

Na rede social X, Ursula von der Leyen diz que na sequência do anúncio do presidente norte-americano, quer dar uma “oportunidade” às negociações.

“Tomámos nota do anúncio feito pelo Presidente Trump. Queremos dar uma oportunidade às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que receberam um forte apoio dos nossos Estados-Membros, vamos suspendê-las durante 90 dias.”

No entanto, Von der Leyen deixa o aviso: “se as negociações não forem satisfatórias, as nossas contramedidas entrarão em vigor. Prosseguem os trabalhos preparatórios sobre novas contramedidas. Como já referi, todas as opções permanecem em cima da mesa.”

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