O Partido Socialista (PS) deu ontem início à definição do seu programa eleitoral para as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio. Em uma conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o secretário-geral, Pedro Nuno Santos, delineou as cinco grandes áreas que irão marcar o conteúdo da proposta socialista: melhoria dos salários, habitação, defesa e política externa, ambiente e justiça.
Estas áreas serão discutidas em cinco sessões setoriais que decorrerão entre 26 de março e 1 de abril, envolvendo tanto membros do PS como independentes. O calendário prevê a seguinte organização: a primeira sessão, no dia 26 de março, será dedicada à habitação; no dia 27, o foco será trabalho, salários e economia; o dia 29 terá como tema a defesa; o ambiente será discutido no dia 31; e a justiça e segurança serão abordadas no último dia, 1 de abril.
Pedro Nuno Santos sublinhou a prioridade que será dada à melhoria dos rendimentos, destacando que o objetivo do PS não se limita à subida do salário mínimo, mas também abrange os vencimentos médios. O líder socialista criticou a atual valorização dos rendimentos, afirmando que o acordo plurianual assinado pelo anterior Executivo é insuficiente para enfrentar os desafios salariais do país. Para o PS, os baixos salários continuam a ser um dos maiores problemas de Portugal, com muitos trabalhadores a lutar para chegar ao final do mês.
Quanto à habitação, Pedro Nuno Santos revelou que o PS pretende garantir acesso a uma casa acessível não apenas para as classes mais carenciadas, mas também para a classe média. A crise da habitação é, segundo o líder socialista, um dos maiores dramas nacionais, especialmente face ao aumento desmesurado dos preços no último ano. O PS promete apresentar soluções concretas para combater esta situação.
Em relação à defesa, o PS irá incorporar no seu programa um maior investimento na área, uma prioridade que considera ter sido negligenciada pelo atual governo. O contexto internacional, com destaque para a guerra na Ucrânia, exige uma resposta adequada da União Europeia e de Portugal, que deverá intensificar os seus compromissos nesta área estratégica.
O ambiente e a transição climática também serão uma preocupação central no programa eleitoral socialista, com Pedro Nuno Santos a afirmar que a política climática pode ser compatível com uma vida justa, sendo uma oportunidade de desenvolvimento para o país.
Finalmente, a justiça será outra área de destaque, com o PS a querer discutir não só a celeridade no sistema judicial, mas também a ética e a transparência na política, temas que, segundo o líder socialista, são essenciais para garantir a confiança dos cidadãos nas instituições. A segurança interna também estará no centro da discussão, com uma aposta no policiamento de proximidade, considerado uma das bandeiras do partido.
Pedro Nuno Santos fez questão de reforçar que, nas eleições de maio, o PS apresentará uma liderança capaz de oferecer confiança e esperança aos portugueses, destacando que, a seu ver, o Governo atual falhou em dar respostas adequadas às necessidades do país.
O líder socialista não deixou de referir, ainda, que as eleições antecipadas representam um momento decisivo para o futuro de Portugal, sendo a altura certa para o PS apresentar uma alternativa sólida ao Governo, com um programa que visa garantir uma economia forte, salários mais elevados e serviços públicos de qualidade.
Por último, Pedro Nuno Santos voltou a criticar a situação de incerteza em torno do caso Spinumviva, uma empresa da família do primeiro-ministro, afirmando que, ao contrário de outros partidos e da comunicação social, o PS não tem dúvidas sobre o caso, mas reconhece que existem questões pendentes que precisam de ser esclarecidas.
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