A Comissão Política Nacional do Partido Socialista reúne-se na próxima terça-feira à noite, na sede nacional em Lisboa, para analisar os resultados das recentes eleições autárquicas e definir a posição do partido face ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), confirmou à agência Lusa fonte oficial do PS.
Antes deste encontro, pelas 18h00, o secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, reúne-se com o grupo parlamentar do PS na Assembleia da República, num encontro dedicado à avaliação do documento orçamental apresentado pelo Governo.
A reunião da direção nacional do PS acontece num momento politicamente sensível. No domingo, os socialistas sofreram uma derrota expressiva nas autárquicas, deixando de ser a principal força no poder local. O PS passou de 149 câmaras conquistadas em 2021 (uma em coligação) para 128 em 2025 (duas em coligação), o que resultou na perda da presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para o PSD.
Entre as principais derrotas, destaca-se o novo falhanço na conquista das câmaras de Lisboa e do Porto. Apesar do revés geral, José Luís Carneiro conseguiu inverter parcialmente a tendência negativa que o partido vinha registando desde as legislativas, ao aumentar o número de capitais de distrito sob gestão socialista. O PS reconquistou municípios estratégicos como Évora, Faro, Coimbra, Bragança e Viseu, que são agora apresentados como vitórias simbólicas da nova liderança.
A discussão interna sobre o OE2026 assume também especial relevância, uma vez que José Luís Carneiro já admitiu a possibilidade de o PS viabilizar a proposta orçamental entregue pelo Governo. Segundo o líder socialista, o documento responde a várias das exigências transmitidas previamente ao primeiro-ministro. No entanto, Carneiro remeteu a decisão final para os órgãos competentes do partido, incluindo a Comissão Política Nacional e o grupo parlamentar.
A reunião de terça-feira deverá assim clarificar a estratégia do PS perante o OE2026 e traçar o rumo do partido após a reorganização autárquica, numa fase marcada por desafios internos e pela necessidade de reposicionar politicamente o partido na oposição.
