No ano de 2023, assistimos a uma notável mudança no cenário dos funcionários públicos, com um surpreendente aumento de 19,4% no número de aposentadorias em comparação com o ano anterior.
Os dados revelados na última quarta-feira pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), na síntese da execução orçamental, apontam que um total de 20.228 funcionários públicos fizeram a transição para a aposentadoria, marcando assim o grupo mais numeroso desde 2014.
Os números apresentados pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) incluem tanto as pensões por velhice e outros motivos, que totalizaram 19.230, quanto as por invalidez, que atingiram 998. Destaca-se que os dois últimos meses do ano, novembro e dezembro, foram especialmente proeminentes, registrando mais de duas mil saídas para a aposentadoria.
Este é um marco significativo, visto que a quantidade de novos reformados ultrapassou a barreira dos 20.000 pela primeira vez desde 2014, ano em que 23.300 funcionários públicos optaram pela aposentadoria. Durante o período intermédio, os números oscilaram entre um máximo de 16.937 (em 2022) e um mínimo de 8.727 (em 2016), marcando o ponto mais baixo desde, pelo menos, o início deste século.
Além do aumento na quantidade de aposentadorias, há uma expectativa de que o valor médio das novas pensões concedidas pela CGA em 2023 também suba. Os dados revelam que no ano anterior, em dois meses, o valor médio superou os 1.700 euros, e em seis meses, ultrapassou os 1.600 euros. Essa tendência contrasta com 2022, onde apenas em três meses o valor médio das pensões ultrapassou os 1.600 euros.
Essas mudanças substanciais no cenário da aposentadoria de funcionários públicos lançam luz sobre possíveis implicações financeiras e estruturais, exigindo uma análise mais profunda para compreender as razões por trás deste aumento notável em 2023.