“A segurança alimentar está, de alguma forma, em risco e é uma das mais graves à estabilidade global ”, sublinhou Durão Barroso, antigo primeiro-ministro de Portugal e presidente da Comissão Europeia.
O político português justificou a sua tese com a crise da pandemia da covid-19 e a mais recente invasão da Rússia a Ucrânia, que terá agravado a cadeia de aproveitamento em matéria de segurança alimentar.
Especialistas nacionais e estrangeiros ligados em matérias economia, diplomacia, assim como empresários avaliaram, de 9 a 10 de Setembro, na província angolana de Benguela, Visão2030 do grupo Carrinho, uma empresa de direito angolano versado à agro-indústria.
No último dia da Conferência Internacional sobre “Agricultura e Auto-Suficiência Alimentar”, o primeiro-ministro português, José Manuel Durão Barroso, discursou sobre “Segurança Alimentar”, trazendo vários exemplos que estariam a minar a crise alimentar mundial.
Na ótica do professor José Manuel Durão Barroso, a crise da segurança alimentar terá, alegadamente começado com a pandemia do coronavírus e agravou-se com o mais recente conflito que opõe Moscovo e Kiev.
“Mas é verdade que estes objetivos da segurança alimentar está, de alguma forma, em risco, está em risco! Já estava antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, nomeadamente, a pandemia da Covid-19 veio agravar à situação que já se viu sentir o estrangulamento das chamadas cadeias de aprovisionamento e hoje estamos com uma situação grave do ponto de vista de risco em matéria de segurança alimentar”, espelhou o político português.
Para piorar à situação, ex-líder da Comissão Europeia lembra que, apesar de algumas tendências positivas recentes, a verdade é que a inflação dos produtos alimentares continua elevada num contexto muito volátil do ponto de vista ambiental e geopolítico, ao também apontar, que a segurança alimentar representa, actualmente, uma ameaça a estabilidade global.
“A segurança alimentar, hoje em dia podemos dizer, é um das mais graves ameaças a estabilidade global. A pandemia da Covid-19 e invasão da Ucrânia pela Rússia tornaram a chamada crise alimentar ainda pior nos anos mais recentes, ameaçando milhões de pessoas em todo mundo. Apesar de algumas tendências mais positivas recentemente, a verdade é que a inflação dos produtos alimentares continuam consistentemente elevadas e que caiu muito de um contexto muito volátil do ponto de vista ambiental e geopolítico”, sublinhou o português Durão Barroso.
Para ele, a segurança alimentar e agricultura sustentável estão intimamente ligados aos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável foram considerados pela Comunidade Internacional, por isso, o acesso alimentação é direito fundamental para qualquer cidadão.
Segundo Durão Barroso, para fazer face os efeitos da crise na União Europeia, o bloco europeu desenvolveu e implementou políticas, que comprometeram recursos consideráveis, através de sistemas agro-alimentares sustentáveis.
José Manuel Durão Barroso acredita que, em termos de ajuda humanitária, só com os estabelecimentos e promoção de sistemas sustentáveis no campo da agro-indústria poderá representar uma solução.
“A nível da União Europeia foram desenvolvidas e implementadas políticas, comprometendo recursos consideráveis para fazer face aos efeitos imediatos da crise, mas é verdade é que temos que reconhecer que a solução está a trazer medidas pontuais, através de sistemas agro-alimentares sustentáveis. Pode-se fazer alguma coisa em termos de ajuda humanitária pontual, mas só os estabelecimentos e promoção de sistemas sustentáveis no campo da agro-indústria poderá representar uma solução”, exemplificou o um dos convidados da conferência dos 30 do grupo angolano Carrinho.
O jurista e também membro do Partido Social Democrático (PSD) português finalizou dizendo que as crises que o mundo atravessa criaram, imediatamente, estrangulamento no sistema de distribuição mundial do comércio da agricultura e juntamente com o aumento exponencial dos custos da energia a situações sem precedentes.