SNS bate recorde de cirurgias em 2024, no ano passado fez um total de 891.286 intervenções mas, mesmo assim, 190 mil doentes continuam a aguardar para lá do tempo recomendado. Em 12 anos, houve um aumento de mais de 38% no número de operações realizadas Para atingir este objetivo, foram contratados mais médicos diferenciados, mais enfermeiros e técnicos de diagnóstico
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) bateu um recorde de cirurgias nos hospitais públicos em 2024. A conquista não foi, ainda assim, suficiente para reduzir a lista de inscritos para operações, que conta com mais de 190 mil utentes com um tempo de espera para lá do recomendado.
No último ano, os hospitais do SNS realizaram quase 900 mil operações, um aumento de 9% quando comparado o período homólogo, informou este domingo o Jornal Público, que cita dados do Portal do SNS.
Desde 2013, com exceção do primeiro ano da pandemia (em 2020), tem aumentado de forma contínua a capacidade de respostas do SNS. Nesse mesmo ano, os hospitais públicos realizaram quase 645 mil cirurgias, o que significa que, em 12 anos, houve um aumento de mais de 38% no número de operações realizadas.
Este é o resultado de uma política de incentivos, contou ao Público Carlos Martins, presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, que revelou que toda a equipa envolvida nas cirurgias obteve um bónus de 55% na remuneração. A par disto, houve também uma reorganização dos horários, o que permitiu aos profissionais de saúde realizar a produção adicional em quatro dias, libertando o quinto dia.
Para atingir este objetivo, foram também contratados mais médicos diferenciados, mais enfermeiros e técnicos de diagnóstico.
Ainda assim, este aumento do número de cirurgias não significa uma queda nas listas de espera. Entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, houve um crescimento de 1,5% do número de doentes a aguardar por uma operação.
No final do ano passado, mais de 190 mil doentes, cerca de 28,3%, já tinham ultrapassado o tempo máximo de resposta garantida, uma ligeira melhoria relativamente a 2023, em que quase 31% dos doentes estavam nessa situação.