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Socialistas pedem a cabeça de Pedro Nuno Santos

As eleições legislativas em Portugal representaram um autêntico terramoto político, pondo termo ao tradicional bipartidarismo que caracterizou a democracia portuguesa nas últimas décadas. O Juntos Pelo Povo (JPP), da Madeira, vai estrear-se no Parlamento nacional, elegendo um deputado, e a confirmação da força do Chega, grande vencedor das eleições, são fenómenos sem precedentes na política nacional, simbolizando um claro descontentamento com as forças tradicionais e um apetite por novas soluções políticas. O grande derrotado foi Pedro Nuno Santos que, a todo o momento, deve pedir a demissão do cargo de secretário-geral do PS.

O povo é quem mais ordenou, e a decisão foi esta: Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes. Ou seja, o Governo de Montenegro vai manter-se e, provavelmente, vai formalizar acordos parlamentares com o PS e IL para manter a estabilidade governamental. Contudo, para as bandas do Largo do Rato, sede do PS, Pedro Nuno Santos está “sentado” sobre um vulcão em vias de erupção. São várias as vozes, nomeadamente de alguns militantes históricos socialistas, a pedirem a cabeça do actual líder.

Mal foram públicas as sondagens que davam uma vitória clara à AD e uma disputa entre o PS e o Chega pelo segundo lugar, no interior do PS, segundo várias fontes socialistas, militantes e dirigentes pediram a demissão de Pedro Nuno Santos.

Dirigentes socialistas aconselham o ainda líder socialista a fazer um exame de consciência, lembrando que esta derrota eleitoral é totalmente de Pedro Nuno Santos, aconselhando-o a assumi-la por inteiro ainda esta noite de domingo.

Como anteriores líderes socialistas que pediram a demissão, Pedro Nuno Santos deve “entender, por isso, que é chegado o momento de abrir um novo ciclo político na liderança do Partido Socialista, que seja capaz de cumprir aquele que é, a partir de hoje, o principal dever do PS: preparar uma alternativa consistente, credível e mobilizadora para voltar a governar Portugal”.

Mas, outras fontes socialistas, admitem, contudo, que “não é claro que Pedro Nuno Santos se demita, porque há umas eleições autárquicas à porta, cujos candidatos foram escolhidos por ele juntamente com o aparelho partidário. A demitir-se será depois de passar pelo teste das eleições locais”.

Apesar de não parecer haver margem para o candidato derrotado continuar na liderança do respectivo partido, históricos socialistas admitem que “pode ser uma questão de tempo, até pelo ciclo eleitoral autárquico, mas parece que esta eleição marca o ‘fim’ da liderança política de Pedro Nuno Santos”.

Sobre a liderança de Pedro Nuno Santos no PS, António Vitorino, o putativo candidato socialista à Presidência da República, diz que a política não é feita por robots, é por seres humanos, e a primeira resposta tem de vir do próprio, diz. “Não me vou antecipar. Isto é uma valsa em 3 tempos, e o primeiro tempo é o do secretário-geral”, limita-se a dizer.

Já em declarações à CNN Portugal, Sérgio Sousa Pinto considera que, a confirmarem-se as projeções eleitorais, trata-se de “um desastre de proporções históricas para o PS, que obrigará a tomar decisões rápidas”. E, por isso, “o partido vai ter que, com coragem e verdade, encarar as razões desta tragédia” porque “é o futuro do PS que está em causa”. O PS tem de perceber: ou acaba com esta direção ou esta direção acaba com o partido”.

O socialista António Vitorino, em comentário aos primeiros resultados, defendeu que se trata de “uma alteração estrutural do sistema político”, em que não é líquido que PS e PSD tenham dois terços necessários para fazer, por exemplo, revisões constitucionais, e em que “não é sequer certo que a esquerda tenha um terço dos votos”.

“A AD ganha, talvez não tanto como poderia esperar; o PS perde e o Chega é o maior ganhador desta noite. Mas depois precisamos de ver os detalhes: aparentemente AD e IL juntos não têm maioria absoluta, mas, juntos, têm mais do que a esquerda. E isso é substancialmente diferente do que tínhamos até aqui, e nesse sentido é uma derrota para toda a esquerda. Não está sequer garantido que a esquerda tenha um terço dos votos”, nota.

Madeira elege deputado do JPP

Da Região Autónoma da Madeira veio a grande surpresa da campanha eleitoral. O Juntos pelo Povo (JPP) elegeu, pela primeira vez, um deputado para a Assembleia da República. O fundador do partido, Filipe Martiniano Martins de Sousa.

Durante a campanha, o eletricista de profissão já tinha deixado uma promessa se chegasse a São Bento: ser a voz das ilhas. Coloca como prioridade as questões da autonomia regional e a defesa dos interesses dos ilhéus.

Juntos Pelo Povo promete ser a “voz das ilhas” se chegar ao Parlamento. Nos últimos doze anos, foi presidente da Câmara de Santa Cruz, o segundo concelho mais populoso da Madeira. E, por tudo isso, garante estar mais próximo do povo.

Em 2024, Filipe Sousa ficou a apenas 500 votos de garantir a eleição pelo círculo da Madeira. Os resultados atribuíram três deputados ao PSD, dois ao PS e um ao Chega.

Às 22.20 horas os resultados eram os seguintes: AD lidera com 61 deputados já eleitos, Chega tem 39, PS 39, IL três e Livre com dois.

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