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S&P contraria Governo e mantém previsão de défice orçamental em 2026

A agência de notação financeira S&P Global Ratings mantém uma perspetiva mais cautelosa sobre as finanças públicas portuguesas, prevendo um défice orçamental de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, contrariando o cenário otimista traçado pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado, que antecipa um excedente de 0,1%

Segundo afirmou à agência Lusa Adrienne Benassy, analista de crédito soberano da S&P, “a proposta orçamental portuguesa não altera, nesta fase, a previsão de um ligeiro défice orçamental de 0,6% do PIB em 2026”. A analista sublinhou que esta estimativa reflete uma visão mais conservadora face à meta governamental e considera o impacto de pressões adicionais sobre a despesa pública.

Entre os fatores apontados para justificar esta divergência, a S&P destaca o aumento dos encargos com a defesa e o reforço do investimento público, numa altura em que Portugal acelera a execução de projetos financiados pelo plano europeu Next Generation EU.

Ainda assim, Adrienne Benassy reconheceu que “o sólido histórico de prudência orçamental de Portugal poderá conduzir a um resultado melhor do que o esperado”, deixando em aberto a possibilidade de revisões futuras caso se confirme a disciplina orçamental demonstrada nos últimos anos.

Dívida pública em trajetória descendente

A S&P prevê que o rácio da dívida pública continue a diminuir, podendo atingir os 82% do PIB em 2028. Para 2025, estima-se uma redução para 90,2%, enquanto em 2026 o rácio poderá descer para 87,8%. Estes números contrastam com a meta do Governo de 90,2% para 2025 e 87,8% para 2026, revelando alguma convergência entre as projeções oficiais e as da agência de rating no que diz respeito à evolução da dívida.

Para este ano, a S&P antecipa um excedente orçamental de 0,2%, ligeiramente abaixo dos 0,3% previstos pelo Executivo. Já para 2025, o Governo estima um excedente de 0,3%, enquanto a agência ainda não divulgou uma previsão concreta para esse ano.

Classificação ‘A+’ reflete confiança externa

Em Agosto, a S&P elevou a notação da dívida soberana portuguesa para ‘A+’, alterando a perspetiva de positiva para estável. Esta decisão foi sustentada pela “sólida posição externa do país”, que, segundo a agência, se mantém resiliente apesar das atuais tensões no comércio internacional.

A agência Lusa contactou também as restantes agências de notação financeira que acompanham a economia portuguesa, aguardando ainda comentários sobre as projeções do Governo constantes na proposta de Orçamento do Estado para 2026, entregue esta semana no Parlamento.

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