Super-ricos Produzem Mais Emissões em 90 Minutos do que uma Pessoa Média em Toda a Vida, Aponta Relatório

Um estudo inovador da Oxfam, intitulado “A Desigualdade de Carbono Mata”, revela que os 50 indivíduos mais ricos do mundo produzem, em apenas 1h30, uma quantidade de carbono superior àquela gerada ao longo da vida por uma pessoa comum. Este relatório detalha como os multimilionários, através do uso intensivo de jatos privados, super-iates e investimentos em indústrias altamente poluentes, têm uma pegada de carbono desproporcional que agrava a desigualdade e contribui diretamente para a crise climática.

A pesquisa aponta ainda para a realidade europeia, onde um super-rico consegue, em menos de uma semana de luxo, emitir tanto carbono quanto uma pessoa do 1% mais pobre do mundo durante toda a sua vida. “Estes super-ricos estão a transformar o planeta no seu parque de diversão particular. Os seus investimentos poluentes e modos de vida extravagantes não representam apenas excesso, mas são motores de desigualdade, fome e até mortes evitáveis”, afirmou Chiara Putaturo, especialista da Oxfam Internacional.

No estudo, cerca de 40% dos investimentos dos bilionários analisados recai sobre sectores como petróleo, mineração, transporte marítimo e cimento – indústrias reconhecidas pelo seu alto impacto ambiental. Como resultado, as emissões anuais combinadas dos investimentos de 36 multimilionários da União Europeia são comparáveis às emissões de 4,5 milhões de cidadãos europeus.

Chiara Putaturo defende que é hora de os multimilionários arcarem com os custos ambientais do seu estilo de vida, com impostos mais altos sobre a riqueza e taxas específicas sobre jatos privados e super-iates, aliviando a carga sobre os europeus comuns.

A divulgação do estudo ocorre a poucas semanas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que será realizada de 11 a 22 de novembro, em Baku, Azerbaijão. A Oxfam Internacional espera que a COP29 seja uma oportunidade para pressionar os líderes globais a abordarem a responsabilidade dos super-ricos no agravamento da crise climática.