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Teerão lança 40 bombas contra Israel, depois de ataque dos EUA. Artigo 5º da NATO pode ser accionado, diz Reino Unido

O Irão lançou, este Domingo, pelo menos 40 mísseis contra território israelita, entre os quais o Khorramshahr-4, o mais poderoso do seu arsenal, em resposta directa aos bombardeamentos dos Estados Unidos sobre três instalações nucleares subterrâneas iranianas. Uma zona civil no norte de Telavive foi atingida, causando feridos e extensos danos materiais.

O ataque iraniano foi confirmado pela Guarda Revolucionária Islâmica, que apontou o uso do míssil Khorramshahr-4, também conhecido como Kheibar, uma arma com um alcance de 2 000 quilómetros e uma ogiva de 1 500 quilos. Segundo Teerão, este míssil pode ainda transportar múltiplas ogivas. Imagens transmitidas pela televisão estatal iraniana mostraram o que aparenta ser gravações de arquivo do míssil, usadas para ilustrar a acção.

Teerão lança 40 bombas contra Israel, depois de ataque dos EUA. Artigo 5º da NATO pode ser accionado, diz Reino Unido
Foto: D.R.

A ofensiva iraniana ocorre horas depois de os Estados Unidos terem conduzido uma operação aérea contra três locais associados ao programa nuclear iraniano, nomeadamente na zona de Fordow, onde se situam salas subterrâneas de enriquecimento de urânio. O ataque norte-americano foi confirmado por imagens de satélite, que mostram impactos em três pontos distintos, numa formação dispersa, o que, segundo peritos militares, poderá ter limitado a eficácia das chamadas bombas GBU-57 – Massive Ordnance Penetrators – especialmente numa área de rocha granítica densamente reforçada.

Teerão lança 40 bombas contra Israel, depois de ataque dos EUA. Artigo 5º da NATO pode ser accionado, diz Reino Unido
Foto: D.R.

Telavive sob ataque

Os mísseis iranianos atingiram, entre outros pontos, uma área residencial no norte de Telavive. Fontes locais reportam que um centro comercial, uma agência bancária e um salão de beleza foram danificados. Onze pessoas sofreram ferimentos, de acordo com os serviços de socorro israelitas. Várias ruas da capital ficaram cobertas de estilhaços de vidro e detritos. Equipas de resgate e segurança bloquearam acessos e recorreram a maquinaria pesada para limpar as zonas atingidas.

Um residente relatou à imprensa que o seu apartamento, num primeiro andar, foi destruído: «Felizmente estava em casa da minha mãe e não fui atingido.» A destruição estendeu-se por várias quadras, com vitrinas partidas, fachadas danificadas e veículos cobertos de estilhaços.

Discurso de confronto entre Washington e Teerão

A retaliação iraniana foi enquadrada por Teerão como resposta legítima à violação da sua soberania. Um porta-voz oficial iraniano comentou: «Isto é honestamente patético. Precisam de Israel, dos Estados Unidos e do Reino Unido juntos só para enfrentar o Irão?» A frase circulou amplamente nas redes sociais e canais de televisão iranianos.

Em Washington, o Secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, classificou a operação como um sucesso: «Na noite passada, levámos a cabo ataques direccionados contra três instalações nucleares iranianas. A operação foi ousada e brilhante, e as capacidades nucleares do Irão foram eliminadas.» Hegseth afirmou ainda que «os combatentes iranianos não descolaram, os seus sistemas de defesa não nos detectaram. Mantivemos o elemento surpresa.»

Segundo o Pentágono, esta foi a primeira vez que as bombas GBU-57 foram utilizadas em combate. «As ambições nucleares do Irão foram obliteradas», garantiu Hegseth, sublinhando que «os ataques não visaram as forças iranianas nem a população».

O Reino Unido declarou que qualquer ataque iraniano contra forças dos Estados Unidos será considerado um ataque a um país da NATO. Esta posição, oficialmente assumida por fonte do Governo britânico, evidencia o alinhamento estratégico com Washington e representa um forte aviso a Teerão.

Preocupações regionais e apelos à contenção

A reacção do Paquistão não se fez esperar. Islamabad condenou os ataques norte-americanos, considerando-os uma «violação do direito internacional», e apelou à «redução urgente das tensões» na região. O país, que partilha uma fronteira de 900 quilómetros com o Irão, expressou preocupação com a possibilidade de um conflito regional alargado. Curiosamente, esta posição surge um dia depois de o Paquistão ter nomeado Donald Trump para o Prémio Nobel da Paz de 2026.

A comunidade internacional permanece em alerta. Até ao momento, não existem confirmações independentes sobre o real impacto das bombas norte-americanas nos centros de enriquecimento de Fordow, nem sobre eventuais baixas iranianas. Fontes próximas da Agência Internacional de Energia Atómica recusaram comentar, aguardando informações oficiais e o acesso às instalações.

O míssil Khorramshahr-4 utilizado hoje tem uma carga simbólica adicional: o nome refere-se à cidade iraniana de Khorramshahr, palco de intensos combates durante a guerra Irão-Iraque nos anos 1980. A designação alternativa, Kheibar, remete para uma fortaleza judaica conquistada no século VII, actualmente localizada na Arábia Saudita, sublinhando a carga histórica e ideológica envolvida na escolha do armamento.

Tensão com potencial de escalada

Esta troca de ataques entre dois Estados hostis — os Estados Unidos e o Irão — com Israel directamente envolvido, faz reacender o receio de um conflito regional mais vasto, com implicações imprevisíveis para a estabilidade do Médio Oriente. O potencial de escalada é elevado, com diversas potências nucleares e alianças militares envolvidas.

As próximas horas serão cruciais. As reacções formais de Moscovo, Pequim e da União Europeia ainda não foram tornadas públicas. O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para as próximas 24 horas.

A incerteza paira sobre o impacto real dos ataques norte-americanos nas capacidades nucleares iranianas, e sobre a dimensão da resposta iraniana que ainda poderá estar por vir.

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