A ByteDance trabalha numa aplicação alternativa chamada M2 para transferir os cento e setenta milhões de utilizadores nos Estados Unidos, até 5 de Setembro de 2025, visando evitar a proibição decretada por lei. O presidente Trump prorrogou, pela terceira vez, o prazo de venda ou encerramento até 17 de Setembro, gerando nova tensão com a China, que mantém veto sobre qualquer transacção.
Separação estratégica
A primeira medida visa preservar a presença da rede social no mercado norte-americano, criando uma versão auto contida — internamente designada de M2 — que funcionará sob jurisdição dos Estados Unidos.
Prevê se que seja disponibilizada a 5 de Setembro de 2025, coincidindo com o escoar dos prolongamentos do prazo legislativo.
Em paralelo, o TikTok actual continuará activo até Março de 2026, dando tempo aos utilizadores para efectuar a transição.
A terceira extensão
Em 19 de Junho de 2025, Trump emitiu o seu terceiro despacho executivo que estende o prazo de venda ou encerramento por mais noventa dias, fixando a data limite em 17 de Setembro de 2025.
A medida justifica se pelo «progresso significativo» nas negociações com investidores dos EUA e pela necessidade de evitar um colapso abrupto da plataforma.
Contudo, adversários políticos têm criticado o prolongamento, qualificando o de juridicamente insustentável.
Pressões comerciais e diplomáticas
A oposição da China a qualquer venda irrestrita do algoritmo ou da tecnologia central impede o acordo.
Trump admitiu estar disposto a reduzir tarifas alfandegárias para desbloquear o visto da China ao negócio.
Em declarações recentes, o presidente afirmou que «o negócio está praticamente fechado» e que iria promover contactos directos com Pequim para assegurar a autorização final.
Desafios na migração de utilizadores
A migração para o M2 exigirá descarregar uma nova aplicação e transferir contas, o que pode acarretar perda de utilizadores e criadores, além de criar uma “ilha digital” nos EUA.
Nos fóruns online, muitos utilizadores questionam se será possível manter a ligação com amigos internacionais, receando um cenário semelhante ao Douyin, a versão chinesa do TikTok, onde a interacção entre regiões é limitada.
Ainda assim, o plano era aceitável para prevenir a saída total da plataforma do mercado norte-americano — equivalente a perder três estádios da Luz de utilizadores num dia.
O que vem a seguir
Deputados do Partido Republicano, como Josh Hawley, pedem urgência na aplicação da lei original, enquanto outros reconhecem o prolongamento como estratégia para alcançar um acordo favorável.
O prazo final aproxima se, e será determinante se a China aprovar, se o M2 atrai os utilizadores e se um consórcio norte americano concretiza a compra.
Até Setembro, qualquer solução dependerá da conjugação dos interesses tecnológicas, diplomáticas e económicas entre Washington, Pequim e os investidores envolvidos.
Caso o plano M2 seja executado, Donald Trump desencadeará um dos maiores pesadelos geopolíticos da era digital: manter activo o TikTok nos EUA sem desagradar à China. O futuro da rede social — e dos seus cento e setenta milhões de utilizadores — está agora dependente de três datas cruciais: 5 de Setembro de 2025, para o lançamento do M2; 17 de Setembro, para confirmação da venda ou encerramento; e Março de 2026, para o fim definitivo da versão actual.