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Trabalhadores da Silopor em greve pela continuação no sector empresarial do Estado

Os trabalhadores da Silopor estarão em greve na próxima quinta e sexta-feira, exigindo a manutenção da empresa no setor empresarial do Estado, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP),  lembrando que esta é uma “empresa estratégica” que, além de dar lucros, “armazena mais de 58% do cereal consumido em Portugal, e como tal é uma empresa fundamental até para o controlo de preços nas indústrias das rações e da panificação”.

Nos próximos dias 26 e 27 de Dezembro, os trabalhadores da Silopor fazem greve pela manutenção da empresa no sector empresarial do Estado, com gestão pública e pela recuperação do tempo de serviço congelado no período da troika.

“Os trabalhadores da Silopor e a própria empresa continuam desconhecidos na opinião pública e também junto de muitos dos nossos governantes. A Silopor é uma empresa estratégica, armazena mais de 58% do cereal consumido em Portugal, e como tal é uma empresa fundamental até para o controlo de preços nas indústrias das rações e da panificação. O Governo, com esta atitude, parece querer impor uma solução que prejudica os trabalhadores e o país”, afiança em comunicado o CESP.

O CESP entende que, estando saldada toda a dívida herdada da EPAC (que colocou a Silopor em Liquidação em 2000), deve ser revogado o Decreto-lei que coloca a Silopor em liquidação — e a Silopor deve ser mantida na esfera do sector empresarial do Estado, com garantia de que a gestão continua a ser pública, prolongando o contrato de concessão para o limite dos 75 anos (como, aliás, já ocorreu com outras empresas que operam nos portos do nosso país).

Geradora de lucros e sem dívidas

O CESP, que diz não aceitar soluções que passem por privatizações encapotadas, lembra que a Silopor, empresa detida a 100% pelo Estado, não tem dívidas e até gera lucros, mas encontra-se há 24 anos em liquidação, vivendo num limbo que condiciona nomeadamente investimentos em grande escala.

Criada em 1986 como “spin-off” da área de negócio dos silos portuários da EPAC (Empresa para Agroalimentação e Cereais), antigo monopólio estatal dos cereais, a Silopor herdou os silos da Trafaria (Almada) e do Beato (Lisboa), a par com o de Leixões, no Porto, cuja exploração foi concessionada a uma entidade privada em 2007 (Sogestão, de Manuel Champalimaud) e, desde 2002, opera também o silo interior de Vale de Figueira (Santarém) adquirido nesse ano.

O caso Silopor remonta à década de 1990 quando Bruxelas notificou o Estado português de que tinha de liquidar a EPAC e teve esse mesmo entendimento para a Silopor por resultar de um “spin-off”, como recordou, anteriormente, o presidente da comissão liquidatária, Abel Vinagre, ao jornal Negócios. Por imposição da Direção Geral da Concorrência da União Europeia, após a liberalização dos mercados de comércio de cereais, a Silopor entra em liquidação em 2000, mas como “não existiam outros silos com as condições para receber navios de grandes dimensões em Portugal, apesar de estar juridicamente em liquidação mantém-se em operação completa”, defendia Abel Vinagre.

Apesar das circunstâncias, a empresa de silos portuários tem tido, desde os anos 1990 um nível de atividade como nunca visto, com os silos sob sua alçada a serem responsáveis pelo descarregamento e armazenamento de praticamente 60% dos cereais que Portugal importa.

E, fruto disso, como sublinhou Abel Vinagre, no ano passado, “apesar de estar em liquidação, tem lucros como nunca” e conseguiu, graças a esses proveitos, “pagar as dívidas deixadas ainda pela EPAC”. “Estão pagas, a Silopor não deve um tostão ninguém – felizmente”, frisou.

Em 2022, a empresa gerou lucros de 3,83 milhões de euros, mais 60,1% face a 2021, com esse ano a figurar como o período em que a Silopor, que conta com um universo de 85 trabalhadores, “registou o maior volume de movimentação e o mais elevado resultado da sua história”, segundo o relatório e contas anual da comissão liquidatária, recentemente publicado.

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