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Trabalhadores das Autarquias Exigem ao Governo Aumento Salarial de 150 Euros e Alteração ao SIADAP

Centenas de trabalhadores das autarquias de várias regiões do país realizaram esta sexta-feira uma manifestação no centro de Lisboa, exigindo ao Governo um aumento salarial mínimo de 150 euros, o que corresponde a um acréscimo de, pelo menos, 15% nos seus rendimentos. O protesto, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), afeto à CGTP, teve lugar na Baixa da capital e culminou com uma concentração junto ao Ministério das Finanças.

A manifestação contou com a presença de figuras destacadas da política, incluindo o secretário-geral da Intersindical, Tiago Oliveira, o líder do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, e a deputada do Bloco de Esquerda, Isabel Pires. Durante o protesto, os trabalhadores não só exigiram o aumento salarial, mas também a revogação do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), que consideram ser prejudicial para a valorização das suas carreiras.

Além do aumento de 15%, os manifestantes apelaram à implementação de um novo sistema de avaliação de desempenho na administração pública, à valorização das suas carreiras profissionais e à aplicação generalizada do horário de trabalho de 35 horas semanais, uma reivindicação já anteriormente defendida por várias organizações sindicais.

Reivindicações Justas e Necessárias

Para o líder do PCP, Paulo Raimundo, as reivindicações dos trabalhadores das autarquias são “mais do que justas”, dado que muitos destes profissionais recebem “migalhas” em salários, com mais de metade dos trabalhadores a ganhar menos de mil euros mensais. “Não podemos continuar a viver num país em que tantos trabalhadores, como é o caso de muitos destes, recebem tão pouco”, afirmou, sublinhando a necessidade de dar mais dignidade a estas funções.

Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP-IN, considerou que a questão do aumento salarial não é uma questão técnica, mas sim uma escolha política do Governo, que, segundo o sindicalista, deve assumir uma postura de coragem para reverter o empobrecimento dos trabalhadores da administração local. “Temos uma resposta para isto, basta que o Governo tome a decisão política certa”, afirmou.

Isabel Pires, do Bloco de Esquerda, manifestou igualmente o seu apoio às reivindicações, destacando que os trabalhadores da administração local têm enfrentado uma perda significativa do poder de compra nos últimos anos. “A valorização salarial é uma prioridade, e é fundamental que o Governo tome as medidas necessárias para combater as dificuldades que estes trabalhadores enfrentam”, disse a deputada.

Diversidade de Profissionais em Protesto

O protesto reuniu trabalhadores de várias regiões do país, como Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Lisboa e Porto. Entre os manifestantes, destacaram-se assistentes operacionais, nomeadamente auxiliares de escolas e funcionários da higiene urbana. A manifestação teve também uma vertente de greve, convocada para permitir a participação dos trabalhadores no protesto. A greve afetou principalmente os assistentes operacionais das escolas e os trabalhadores da higiene urbana, com impacto nos turnos realizados antes da meia-noite e após as 24 horas.

A Greve e a Luta por Direitos

A paralisação ocorreu em simultâneo com o terceiro e último dia de uma outra greve convocada pela Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), que também visou responder aos problemas enfrentados pelos trabalhadores das carreiras gerais da função pública. Esta greve, que se estendeu por vários dias, visava exigir uma resposta do Governo às necessidades destes trabalhadores, especialmente os assistentes operacionais, que estavam amplamente representados no protesto desta sexta-feira.

Cartazes e Exigências

Durante o protesto, os manifestantes exibiram cartazes com mensagens claras e diretas, como “é urgente atualizar suplementos remuneratórios”, “aumentar todos os salários em 15%, mínimo 150 euros”, “é urgente revogar o SIADAP” e “regulamentar suplementos de disponibilidade e piquete”. As reivindicações, segundo os trabalhadores, visam melhorar as condições de trabalho e garantir uma maior justiça salarial, principalmente para aqueles que desempenham funções essenciais, mas que continuam a ver os seus rendimentos não acompanharem o custo de vida.

O protesto de hoje foi mais um capítulo na luta pela melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores das autarquias e na exigência de que o Governo tome medidas efetivas para reconhecer e valorizar este setor da administração pública. A pressão sobre o Governo continua a aumentar, com os trabalhadores a pedirem ações concretas que atendam às suas necessidades e dignifiquem as suas funções.

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