A 25.ª cimeira entre a União Europeia (UE) e a China terá lugar neste país, na segunda quinzena de julho, em data ainda não fixada, divulgou esta sexta-feira um porta-voz do presidente do Conselho Europeu, António Costa. Este encontro de líderes deverá assinalar os 50 anos de relação entre os dois blocos e ganha mais importância perante as recentes decisões de Washington de impor novas tarifas a produtos importados pelos Estados Unidos. A cimeira na China, segundo fonte europeia, deverá ter lugar após a reunião de alto nível UE-Japão, que está também a ser preparada
Altos funcionários da União Europeia (UE) estão a planear uma visita à China para se reunirem com o presidente chinês, Xi Jinping, avançou esta sexta-feira um jornal de Hong Kong, numa altura de reconfiguração da ordem internacional. A viagem terá lugar no final de julho, segundo o South China Morning Post, que citou cinco pessoas familiarizadas com o assunto. Um porta-voz do presidente do Conselho Europeu, António Costa, confirmou que a cimeira deverá realizar-se na segunda quinzena de julho.
O encontro entre os líderes da União Europeia e o Presidente chinês acontece num momento de reconfiguração da ordem internacional e de uma potencial reaproximação entre UE e China. A última cimeira entre as duas partes realizou-se na China, pelo que os representantes da UE estão a quebrar o protocolo ao não alternar a deslocação com uma visita de altos funcionários chineses a Bruxelas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, terão concordado com a realização da cimeira em Pequim, segundo o SCMP.
China e União Europeia estão também a iniciar negociações sobre a decisão de Bruxelas de aumentar as taxas alfandegárias sobre veículos elétricos oriundos da China, de acordo com o jornal alemão Handelsblatt.
Os laços entre a Europa e a China foram fragilizados pela aproximação de Pequim a Moscovo, no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia. Bruxelas criticou Pequim por ter apoiado Moscovo económica e diplomaticamente, embora a China tenha garantido repetidamente que pretende uma solução pacífica para o conflito.
Mas o regresso ao poder de Donald Trump, nos Estados Unidos, pode remodelar alinhamentos geopolíticos e parcerias económicas.
As posições antagónicas do líder norte-americano face à aliança transatlântica e a guerra comercial lançada contra o resto do mundo são vistas por analistas como suscetíveis de reaproximar Europa e China.
Durante uma conversa por telefone na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse a Von der Leyen que a China tem as ferramentas políticas para “compensar totalmente” qualquer choque externo negativo e reiterou o seu otimismo quanto ao crescimento da segunda maior economia do mundo em 2025.
A cimeira na China, segundo fonte europeia, deverá ter lugar após a reunião de alto nível UE-Japão, que está também a ser preparada.
Esta sexta-feira, após um encontro com o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou à UE para que “se mantenha unida” face à guerra comercial do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, relata a agência France-Presse (AFP). Sánchez, por seu lado, falou do “potencial de crescimento das relações sino-europeias”.