Donald Trump anunciou esta segunda-feira que, quando regressar à Casa Branca, revogará imediatamente a proibição imposta por Joe Biden à perfuração de petróleo e gás em águas norte-americanas. O ex-presidente dos Estados Unidos garantiu que o ato de Biden não será mantido durante o seu novo mandato, marcado para começar a 20 de janeiro.
Na entrevista concedida ao radialista Hugh Hewitt, Trump criticou as medidas adotadas pelo ainda presidente democrata. “Vou revogar a proibição imediatamente”, afirmou, questionando as motivações de Biden: “O que é que ele está a fazer? Porque é que ele está a fazer isto?”, disse o líder republicano, que tomará posse para o seu segundo mandato na próxima semana.
O anúncio de Biden, feito esta segunda-feira, inclui restrições à perfuração de petróleo e gás em várias áreas marítimas dos Estados Unidos, abrangendo o Golfo do México, o Mar de Bering no Alasca, e outras zonas costeiras. As novas medidas, que não especificam um prazo para a sua implementação, foram justificados por Biden como uma forma de proteger os ecossistemas marinhos e garantir um futuro mais seguro para as gerações vindouras, num momento em que o país enfrenta desafios decorrentes da crise climática.
“Estou a tomar medidas para proteger as costas, o Golfo do México e o Mar de Bering, no Alasca, da perfuração de petróleo e gás natural e dos danos que podem causar”, afirmou o presidente cessante. A ordem executiva exclui, entretanto, as áreas da Plataforma Continental Exterior ao largo das costas leste e oeste, bem como outras partes do norte do Mar de Bering.
Biden destacou a importância de evitar riscos irreversíveis para estas áreas, lembrando que a perfuração ao largo das costas dos Estados Unidos pode causar danos ambientais consideráveis. “Não vale a pena correr os riscos”, sublinhou, reforçando que a decisão está em linha com os esforços para transitar para uma economia baseada em energias limpas, como parte da estratégia para combater as alterações climáticas.
Por outro lado, a equipa de transição de Donald Trump criticou duramente a decisão de Biden, classificando-a de “vergonhosa” e uma tentativa de prejudicar o setor energético do país. A porta-voz de Trump, Katherine Leavitt, afirmou que a medida representa mais um obstáculo aos planos do futuro presidente republicano, que pretende aumentar a perfuração de petróleo e gás para reduzir os preços dos combustíveis. “É evidente que Biden quer que os preços elevados da gasolina sejam o seu legado”, acusou Leavitt.
Com a mudança iminente na Casa Branca, Trump já deixou claro que a sua administração tomará um rumo contrário ao do governo de Biden, particularmente no que se refere à exploração de recursos energéticos no mar. A promessa de reverter as restrições às perfurações em alto-mar marca mais um ponto de desacordo entre os dois líderes sobre políticas energéticas e ambientais.