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FBI faz buscas à casa de John Bolton sobre documentos confidenciais

O FBI realizou este fim de semana uma busca à residência de John Bolton, antigo conselheiro de segurança nacional da administração Trump, no âmbito de uma investigação federal relacionada com a alegada posse indevida de documentos confidenciais. A operação ocorreu em Bethesda, no estado norte-americano de Maryland, e contou com a presença de vários agentes federais que chegaram ao local por volta das 07:30 (12:30 em Lisboa). Bolton encontrava-se em casa no momento da intervenção.

Fontes próximas da investigação, citadas pelo canal norte-americano Fox News, indicaram que a busca se centrou em documentação classificada que poderá ter permanecido ilegalmente na posse de Bolton após a sua saída do cargo em 2019. Apesar da natureza sensível da operação, as autoridades esclareceram que Bolton não se encontra detido nem está sob custódia.

Zanga com Trump

John Bolton, de 76 anos, desempenhou o cargo de conselheiro de segurança nacional entre 2018 e 2019, tendo-se posteriormente tornado num dos críticos mais ferozes do ex-presidente Donald Trump. Após a sua saída da administração, publicou um livro polémico intitulado The Room Where It Happened, cuja publicação a Casa Branca tentou travar, alegando que continha revelações sensíveis sobre assuntos de segurança nacional. A tentativa não teve sucesso, e o livro acabou por ser lançado, gerando forte controvérsia.

Em janeiro de 2021, o Presidente democrata Joe Biden decidiu manter a proteção dos Serviços Secretos norte-americanos destinada a Bolton, medida que, segundo o próprio, foi posteriormente revogada por Donald Trump no início de 2025, após regressar à Casa Branca. Bolton criticou duramente essa decisão, acusando Trump de agir por vingança pessoal e de o colocar em risco, especialmente tendo em conta que foi alvo de um alegado plano de assassinato por parte do Irão entre 2021 e 2022.

Morte suspeita

Esse plano, que terá visado retaliar a morte do general iraniano Qassem Soleimani — morto num ataque com drones ordenado por Trump em janeiro de 2020 —, envolvia, segundo as autoridades norte-americanas, a tentativa de recrutamento de um assassino contratado para eliminar Bolton. Um cidadão iraniano foi formalmente acusado em agosto de 2022 por envolvimento no caso, encontrando-se desde então foragido.

Em declarações públicas, Bolton afirmou sentir-se “desapontado, mas não surpreendido” com a revogação da sua proteção, sublinhando a gravidade da exposição a que ficou sujeito, tendo em conta os riscos concretos à sua segurança pessoal.

“Vergonhoso”, diz Bolton sobre Trump

Nos últimos anos, Bolton intensificou as críticas à postura de Trump em diversos temas, nomeadamente no contexto da guerra na Ucrânia. Considerou “vergonhosas” as declarações do ex-presidente sobre o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e sobre o papel de Kiev na resistência contra a invasão russa, classificando as posições assumidas por Trump como “algumas das mais embaraçosas jamais proferidas por um Presidente dos Estados Unidos”.

A investigação atualmente em curso deverá determinar se Bolton violou regras de manuseamento e retenção de documentos classificados, podendo resultar em implicações legais graves, caso se confirmem as suspeitas. Até ao momento, nem Bolton nem os seus representantes legais emitiram comentários oficiais sobre a busca conduzida pelo FBI.

 
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