Os ministros das Finanças da União Europeia aprovaram esta semana, no Luxemburgo, um novo teto de financiamento recorde para o Banco Europeu de Investimento (BEI), no valor de 100 mil milhões de euros para o ano de 2025. Esta decisão, tomada por unanimidade pelos 27 Estados-membros, representa um marco histórico no apoio financeiro às prioridades estratégicas da Europa.
O novo montante, formalizado durante a reunião mensal do Conselho de Governadores do BEI — composto pelos ministros das Finanças da UE —, resulta de uma revisão intermédia do plano operacional da instituição e reforça o papel do banco na promoção da competitividade, da inovação tecnológica e da segurança europeia.
Defesa e segurança ganham peso no financiamento europeu
Uma das novidades mais significativas desta decisão é a inclusão de uma fatia de 3,5% do total do financiamento — equivalente a cerca de 3,5 mil milhões de euros — especificamente destinada aos setores da segurança e defesa da União Europeia. Esta é a primeira vez que o BEI aloca verbas tão expressivas a estas áreas, numa resposta clara ao atual contexto geopolítico e às novas exigências em matéria de segurança estratégica.
A presidente do Grupo BEI, Nadia Calviño, destacou o “apoio unânime dos acionistas” às propostas agora aprovadas, sublinhando que este reforço “demonstra o papel crucial do banco no apoio às prioridades estratégicas da Europa, incluindo a segurança energética e a liderança tecnológica”.
Energia, tecnologia e inovação também em destaque
Para além da componente militar e de defesa, o plano de financiamento prevê ainda um investimento recorde superior a 11 mil milhões de euros para o reforço das redes de eletricidade e do armazenamento energético em território europeu. Este eixo insere-se no esforço da União para garantir segurança energética e acelerar a transição ecológica, reduzindo a dependência externa de combustíveis fósseis.
O financiamento inclui também um impulso adicional à inovação tecnológica e industrial, com vista a consolidar a liderança da Europa nos setores digitais e na competitividade global, sobretudo através de programas de apoio a empresas emergentes (‘startups’) e a indústrias de ponta.
Novas lideranças no BEI
Durante a mesma reunião, os ministros aprovaram ainda a nomeação do ministro das Finanças da Chéquia, Zbynek Stanjura, para a presidência do Conselho de Governadores do BEI, cargo que ocupará durante um ano. Foi também designada Katja Pluto como nova presidente do Comité de Auditoria, substituindo o português Nuno Gracias Fernandes.
Investimento em crescimento e coesão
O BEI, que funciona como o braço financeiro da União Europeia, é propriedade dos Estados-membros e tem como missão financiar projetos de longo prazo alinhados com as grandes prioridades da UE. Em 2024, o grupo assinou quase 89 mil milhões de euros em novos financiamentos, abrangendo mais de 900 projetos. Estes investimentos mobilizaram mais de 100 mil milhões de euros para a segurança energética europeia e cerca de 110 mil milhões de euros em capital de crescimento para empresas inovadoras.
Com o novo teto de 100 mil milhões agora aprovado, o BEI reforça a sua posição como motor de investimento público europeu e instrumento-chave no reforço da resiliência, autonomia e prosperidade do continente.