Um ataque com drones ou mísseis acaba de atingir a zona nobre de Doha, no Qatar, chamada de Katara. Conhecida por “bairro cultural”, é uma zona de vivendas onde estão a maioria das embaixadas, incluindo a portuguesa.
Catarina Dias, portuguesa a viver em Doha diz em exclusivo a oRegiões que se ouviu ao longe o ataque: “Estou longe do local, que é quase um bairro de luxo, periférico à cidade. Há uma coluna de fumo, ténue. Mas imagine que, se fosse Lisboa, eu estou no Marquês de Pombal e o ataque aconteceu no Restelo”.
O ataque, ao início da tarde “atingiu em cheio o parque de Onaiza”, explica a produtora de televisão, residente no país há 16 anos. A oRegiões confessa que “não se esperava que Israel fosse tão longe e atacasse o Qatar, os Emirados Árabes Unidos nem nenhum dos principados desta zona do Médio Oriente”.
O Facebook já disponibilizou uma ferramenta para os locais sinalizarem que “estão bem”, depois deste inusitado ataque. Fontes oficiosas israelitas afirmam que apenas atacaram um edifício onde decorria uma reunião entre “os líderes do Hamas” e que conseguiu o intento de “eliminar o principal negociador” do grupo palestiniano que geria a Faixa de Gaza.
O que aconteceu?
Israel conduziu um ataque aéreo em Doha, capital do Qatar, nesta terça-feira, 9 de Setembro de 2025, dirigido à liderança do Hamas que ali reside em exílio, incluindo negociadores de cessar-fogo.
Testemunhas relataram várias explosões em diversas zonas da cidade, com colunas de fumo negro erguendo-se, particularmente junto ao posto de combustível Legtifya e a um complexo residencial vigiado pela guarda emiri.
Fontes israelitas confirmaram que o alvo eram altos membros do Hamas, como Khalil al-Hayya, antigo negociador e figura de relevo no grupo. Segundo as forças armadas israelitas, IDF, e os serviços de segurança Shin Bet, empregaram-se meios de precisão, com medidas para reduzir riscos civis.
O governo do Qatar condenou o ataque chamando-o de “covarde” e violação flagrante do direito internacional e da sua soberania. A embaixada dos Estados Unidos em Doha emitiu uma ordem de “shelter-in-place” para os seus cidadãos.
A operação representa uma escalada significativa, uma vez que constitui o primeiro ataque israelita directo em território qatariano, um mediador-chave nas negociações entre Israel e
Hamas. O episódio ameaça comprometer os esforços de mediação, envolvendo o Qatar, o Egipto e os Estados Unidos.
O ataque de Israel em Doha marca um novo patamar na actualização do conflito israelita-hamas, violando precedentes diplomáticos e colocando em risco as negociações de paz. As implicações regionais poderão intensificar tensões nas próximas horas.
(EM ACTUALIZAÇÃO)
