Grupo Vita espera que todas as audições das pessoas que foram vítimas de abuso sexual estejam concluídas até ao final de Junho. Depois de ouvidos pela comissão de instrução, casos serão avaliados para definir se há direito a compensação
O número de pessoas que pediram ajuda ao Grupo VITA por terem sido vítimas de abuso sexual na Igreja Católica aumentou para 124, tendo já sido avaliados 27 dos 61 pedidos de indemnização apresentados.
“As restantes situações serão avaliadas até ao final do próximo mês de junho de 2025”, refere hoje, em comunicado, a coordenadora do grupo criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para acompanhar situações de abuso sexual na Igreja Católica.
Criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), para acompanhar as situações de violência sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, no seguimento do trabalho previamente desenvolvido pela comissão independente que primeiro estudou essa matéria, o Grupo Vita diz que desde a sua formação, em Maio de 2023, foi contactado “por 124 vítimas de violência sexual no contexto da Igreja, que procuram um momento de escuta e acolhimento, sendo o apoio psicológico aquele que é mais frequentemente solicitado”.
As entrevistas aos queixosos iniciaram-se no final de 2024, “em articulação com os diversos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica (IVCSVA) e a Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis”.
“Neste contexto, importa sublinhar o ‘feedback’ positivo que temos tido das pessoas com quem estivemos, e que expressam que se sentiram acolhidas e escutadas”, afirma a psicóloga, acrescentando que algumas têm descrito a entrevista com a Comissão de Instrução “como um momento de verdadeira reparação”.
Rute Agulhas acrescenta que, até ao momento, o grupo foi contactado “por 124 vítimas de violência sexual no contexto da Igreja”, que solicitaram sobretudo apoio psicológico.
Até 21 de janeiro, data do balanço anterior, tinham pedido ajuda 118 pessoas, menos seis do que atualmente.
Na altura, a coordenadora do Grupo VITA salientou, em conferência de imprensa, que a maioria das denúncias não tinha como foco o objetivo de obter algum tipo de compensação mercantil.
Rute Agulhas reitera, no comunicado de hoje, que o prazo limite para a formalização dos pedidos de indemnização é 31 de março, ressalvando que solicitações posteriores podem também ser tidas em conta.
A estrutura pode ser contactada por telefone (915090000) ou através do formulário para sinalizações disponível em www.grupovita.pt.