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Vírus da dengue identificado em mosquito na Madeira

O vírus da dengue foi detectado no mosquito Aedes Aegypti numa armadilha de monitorização localizada no Funchal, indicou a Secretária de Saúde e Protecção Civil, sublinhado que à data não existem casos suspeitos da doença em humanos na região. A diretora-geral da saúde, Rita Sá Machado, avança que a situação do vírus dengue na Madeira “está controlada” e que a região está a “implementar as medidas necessárias”.

A diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, revela que as autoridades região da Madeira estão a “implementar as medidas necessárias”, depois de ter sido identificado o vírus num mosquito no Funchal esta sexta-feira. Em declarações à SIC, a responsável da DGS refere que se trata de um foco “muito específico”.

Foto: Médico News – Rita Sá Machado

“As autoridades da Região Autónoma da Madeira têm dado alguns pontos de situação sobre esse assunto. Num foco muito específico foram detetados mosquitos positivos para dengue, mas é uma situação na qual a região está a implementar as medidas necessárias e se encontra controlada”, afirmou.

O presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, diz que não existem motivos para alarme, sublinhando que as ações de combate à doença vão continuar.

O chefe do executivo social-democrata em gestão, que falava à margem de uma visita à Marina da Calheta, na zona oeste da ilha, realçou que as ações preventivas e de combate à dengue na região vão prosseguir, sobretudo considerando que as alterações climáticas potenciam a sua propagação.

Na sexta-feira, a Secretaria de Saúde e Proteção Civil informou que o vírus da dengue foi detetado em mosquitos Aedes Aegypti numa armadilha de monitorização localizada no Funchal. A autoridade regional explicou, no entanto, que “à data, não existem casos suspeitos nem confirmados de dengue em humanos na Região Autónoma da Madeira”.

A Madeira registou um surto da doença entre 2012 e 2013, com 1.080 casos confirmados de infeção por dengue, a maioria no concelho do Funchal, o que não ocorria em países da União Europeia desde 1920. O surto não provocou mortes, nem foram reportadas formas severas da infeção.

A dengue é uma doença provocada por um vírus que se hospeda no organismo humano através da picada de um mosquito do género Aedes, sendo os sintomas mais comuns febre, dor de cabeça, dor muscular e articular, dor em redor ou atrás dos olhos, vómitos, manchas vermelhas na pele e hemorragias.

Cientistas alertam para riscos

Contudo, apesar das autoridades madeirenses desvalorizarem a identificação do vírus, investigadores do Laboratório Associado Terra alertam para os riscos para a saúde pública da presença em Portugal do mosquito “Aedes albopictus”, que pode transmitir doenças virais como a dengue, a chikungunya e a Zika.

“A simples presença destes mosquitos aumenta o risco para surtos destas doenças com implicação direta na saúde pública”, afirma o cientista Hugo Osório, do Laboratório Associado Terra, ligado às Universidades de Lisboa e Coimbra, citado numa notícia no site do Terra.

Os mosquitos invasores daquela espécie transmitem os vírus daquelas doenças se estiverem infetados e o aumento da sua presença em Portugal, sobretudo nas regiões de Faro e Lisboa, tem levantado preocupações.

Hugo Osório, também ligado ao Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB), explica que a espécie “Aedes albopictus” tem uma grande capacidade de adaptação, o que facilita a sua disseminação, especialmente em áreas urbanas como as de Lisboa e Faro, onde as condições ecológicas e os fatores climáticos favorecem o seu estabelecimento e aumento das populações.

Já César Capinha, também membro do laboratório e investigador do Centro de Estudos Geográficos CEG), salienta que o estabelecimento do “Aedes albopictus” no país e a sua “provável expansão futura para outras áreas urbanas era previsível”, tendo em conta “as condições climáticas favoráveis e dispersão acidental associada à movimentação de transportes e mercadorias”.

Para minimizar a sua proliferação, este investigador considera crucial tomar medidas como “evitar a acumulação de água em recipientes que possam servir de criadouros”, bem como “reforçar a fiscalização para impedir a introdução de espécies invasoras e intensificar os esforços na redução das emissões de gases com efeito de estufa”, que considera um dos principais fatores que impulsionam atualmente a redistribuição de espécies.

Segundo Hugo Osório, “a ciência desempenha um papel fundamental na mitigação do impacto dos mosquitos e das doenças transmitidas, nomeadamente pelo desenvolvimento de tecnologias inovadoras de vigilância e controlo, como sensores que classifiquem automaticamente os mosquitos em armadilhas de campo, controlo genético de vetores e no desenvolvimento de vacinas”.

O Laboratório Associado Terra reúne mais de 450 cientistas de cinco unidades de investigação das Universidades de Lisboa e Coimbra.

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