A Volkswagen está a estudar a possibilidade de transferir a produção do seu modelo Golf para o México, segundo revelaram fontes próximas dos planos da empresa. O México surge como um dos vários cenários em discussão para a produção deste automóvel, mas, até ao momento, a decisão final ainda não foi tomada. A informação foi avançada pelo diário económico alemão Handelsblatt, que sublinha que a opção mexicana é uma das alternativas a ser considerada pela alta direção do grupo, com sede em Wolfsburg.
O Grupo Volkswagen possui a maior fábrica de automóveis no México, localizada em Puebla, onde a produção do icónico Carocha decorreu por quase quatro décadas. O Golf, que atualmente é fabricado na unidade principal da marca em Wolfsburg, pode vir a seguir o mesmo caminho, transferindo a sua produção para o país latino-americano.
De acordo com a Handelsblatt, a empresa ainda não tomou uma decisão definitiva sobre o futuro da produção do Golf, sendo que a próxima reunião de planeamento do grupo será determinante. Inicialmente prevista para meados de novembro, essa reunião foi adiada devido às negociações em curso sobre um programa de redução de custos e às discussões com o sindicato IG Metall sobre um novo acordo salarial. Nessa reunião, será também abordada a repartição das mais de 100 fábricas de automóveis do grupo a nível mundial.
A Volkswagen tem vindo a implementar um programa de corte de custos que inclui o encerramento de pelo menos três fábricas na Alemanha, uma medida que tem gerado grande apreensão entre os trabalhadores. A empresa emprega cerca de 120.000 pessoas no país, distribuídas por fábricas em locais como Wolfsburg, Emden, Osnabrück, Hannover e Zwickau. Além disso, o Golf, que já conheceu oito gerações e vendeu mais de 37 milhões de unidades, é um dos modelos mais emblemáticos da marca, o que torna a decisão de transferir a sua produção uma questão de grande relevância estratégica para o futuro da Volkswagen.
Esta avaliação da Volkswagen sobre a possível transferência da produção do Golf para o México surge em um contexto de tensões dentro do grupo, com greves de advertência por parte dos trabalhadores, que veem com preocupação a reestruturação e as consequências para o emprego na Alemanha. A presidente da Comissão de Trabalhadores, Daniela Carvalho, destacou o Golf como um exemplo da capacidade inovadora da empresa, sublinhando a importância do modelo para a imagem e os resultados financeiros da Volkswagen.
Embora a empresa tenha recusado comentar as especulações, a questão da possível deslocalização da produção do Golf continua a ser um tema central nas negociações que definirão o futuro da marca e dos seus trabalhadores.