O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou hoje, de forma veemente, a sua desaprovação em relação à reunião entre representantes russos e norte-americanos realizada na Arábia Saudita. Zelensky considerou que a negociação em curso, que aborda a invasão russa da Ucrânia, ocorre “sem a Ucrânia”, reiterando a condenação de que, mais uma vez, os destinos do seu país estão a ser discutidos à parte
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Em declarações durante a sua visita à Turquia, Zelensky lamentou que “as negociações estão agora a decorrer entre representantes russos e norte-americanos. Mais uma vez, sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia.” O líder ucraniano referiu ainda a relevância da presença do seu país em qualquer conversa relacionada com o futuro do território ucraniano, considerando que decisões de tal magnitude não podem ser tomadas sem o envolvimento direto de Kiev.
A reunião, que acontece em Riade, na Arábia Saudita, marca o primeiro encontro entre altos funcionários dos Estados Unidos e da Rússia desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. Os diálogos visam não só reavivar as relações entre Moscovo e Washington, mas também preparar o terreno para uma possível cimeira entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin. Este evento surge no contexto de um esforço para atenuar as tensões e avaliar a situação geopolítica global, afetada pela prolongada guerra na Ucrânia.
Zelensky, por sua vez, não perdeu a oportunidade de reafirmar a posição da Ucrânia, deslocando-se à Turquia para um encontro com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. A Turquia tem desempenhado um papel crucial, mantendo relações tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia, e foi anfitriã de negociações entre Moscovo e Kiev em 2022. Zelensky espera agora reforçar o apoio de Ancara à sua causa, especialmente considerando o equilíbrio delicado que a Turquia mantém em relação às duas potências em conflito.
O presidente ucraniano também expressou o seu receio de que a guerra na Ucrânia possa resultar em um cenário semelhante ao do Afeganistão, com consequências devastadoras para a região e para a segurança global. Em face deste contexto, Zelensky sublinhou a necessidade de uma resolução que envolva diretamente o seu país, em vez de continuar a assistir a conversações sem a sua participação.