O Sindicato dos Jornalistas (SJ) escreveu aos grupos parlamentares dos partidos com assento na Assembleia da República a alertar para a grave crise da Trust In News (TiN), empresa detentora de títulos como Visão, Exame ou Jornal de Letras, que está em insolvência e tem salários em dívida aos trabalhadores e pagamentos em atraso a quem trabalha a recibos verdes. O SJ entende que o poder político não pode alhear-se desta crise, que afeta quase 150 pessoas e 17 títulos, cujo contributo para a qualidade, diversidade e pluralidade do jornalismo tem de ser preservado.
Associando-se aos trabalhadores da TiN, que há mais de um ano vivem na incerteza, sem garantias de salários e com atrasos cíclicos nos vencimentos, e que agora chegaram aos três meses para alguns, o SJ está empenhado em contribuir para a solução deste grave problema, que afeta dezenas de famílias. Além de enviar aos grupos parlamentares a carta aberta dos trabalhadores da TiN, o SJ vai sensibilizar os detentores de cargos políticos para a gravidade da situação e para a importância da preservação destes títulos.
Entendemos que sempre que um jornal ou uma revista fecham, é um pedaço desse pilar da democracia que é o jornalismo que se esboroa. Os títulos da TiN ajudam, há anos, na construção e preservação do edifício da democracia portuguesa, contribuindo com o seu trabalho diário, como tantos outros títulos em Portugal, para uma sociedade mais plural, justa e equitativa. Acreditamos que, neste momento de aperto, compete a todos os cidadãos mostrar solidariedade com as pessoas que trabalham naquele grupo e demonstrar a importância dos vários órgãos da empresa.
O SJ apela a todos os jornalistas que se associem à concentração pública que irá realizar-se na quarta-feira, dia 4 de dezembro, entre as 18 horas e as 21 horas, na Praça de Luís de Camões (também conhecida como Largo Camões, junto ao Chiado), em Lisboa. Uma jornada de consciencialização para a situação difícil que os trabalhadores e os títulos atravessam e que nos deve preocupar e importar a todos, enquanto jornalistas e, principalmente, como cidadãos.