O presidente do Conselho Europeu, António Costa, visitou este domingo a Praça da Independência, em Kiev, destacando o compromisso da União Europeia com a Ucrânia e o “futuro comum” do país europeu dentro da União. A visita ocorre 11 anos após a histórica onda de protestos que ficou conhecida como “Euromaidan”, que mobilizou milhares de ucranianos em apoio à adesão do país à UE, numa altura marcada pela corrupção generalizada, abuso de poder e violações dos direitos humanos
Em declarações emocionadas, Costa sublinhou a coragem do povo ucraniano e homenageou os sacrifícios feitos pela sua população durante o conflito com a Rússia. O presidente do Conselho Europeu referiu-se ao monumento da Praça da Independência como um símbolo das perdas humanas que a Ucrânia sofreu ao longo da sua luta por um futuro de paz e justiça. “Este monumento é uma clara prova de que, quando falamos da guerra, não falamos apenas de armas, mas sobretudo de pessoas, de famílias que morreram e sofreram, lutando pelo direito à paz”, afirmou Costa durante um encontro com representantes da sociedade civil ucraniana e associações que apoiam veteranos de guerra.
A visita de António Costa a Kiev marca também o início do seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu. Durante este período, o ex-primeiro-ministro português compromete-se a reforçar a unidade europeia e a tornar a instituição mais eficaz. Costa, que já esteve no Conselho Europeu durante oito anos como representante de Portugal, pretende promover uma maior coesão entre os 27 países-membros e encontrar pontos de convergência para compromissos fundamentais.
Acompanhado pela Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, e pela Comissária Europeia do Alargamento, Marta Kos, Costa manifestou-se confiante na capacidade da UE em assegurar um “futuro comum” para a Ucrânia. A visita ocorre num contexto de crescente preocupação face aos intensos ataques russos às infraestruturas energéticas ucranianas, que se intensificaram à medida que o inverno se aproxima, sendo este um dos maiores desafios enfrentados pelo país.
António Costa sucedeu ao belga Charles Michel, que ocupou o cargo entre 2019 e 2023, e afirmou que a missão do Conselho Europeu será, entre outras, a de continuar a apoiar a Ucrânia politicamente, humanitariamente, militarmente e financeiramente na sua resistência à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.
A deslocação à Ucrânia reforça a mensagem da União Europeia de solidariedade com o povo ucraniano, ao mesmo tempo que reafirma o compromisso de avançar com a integração da Ucrânia na UE, um processo que promete ser crucial no caminho para a reconstrução e estabilidade do país no pós-guerra.