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Dia Mundial Do Matrimónio

Segundo Domingo de fevereiro! Dia Mundial do Matrimónio! Um momento de graça para que marido e esposa possam agradecer a graça do matrimónio e renovar o entusiasmo da primeira hora, cuidando-se mutuamente, tendo presente que o matrimónio é uma tarefa diária, “um trabalho artesanal, uma obra de ourivesaria”, assumida e realizada por ambos, com alegria, crescendo juntos, caminhando juntos, rezando juntos, educando juntos. Entre tanta variedade de estilos familiares – alguns tão provisórios e assentes sobre areia que só arrastam sofrimento e desconsolo -, convido os leitores, com alguns documentos debaixo do braço, a fazerem um agradável passeio pelos passadiços que Jesus oferece, para que as famílias cristãs gozem das belas paisagens da vida e sejam capazes de permanecer fortes e firmes na alegria do amor, gerando empatia e atraindo outras famílias a viver a vida que liberta e salva. Os filhos agradecem! Os familiares também! O Dia dos Namorados será menos comercial e mais verdadeiro!

Trepar pelos passadiços fora, abaixo e acima, tem as suas dificuldades, é verdade. Pode causar vertigens, gerar algum cansaço, fazer bolhas nos pés. Sentar um pouco, porém, respirar o ar fresco e olhar a paisagem com olhos de ver, faz renovar o entusiasmo e usufruir ainda mais e melhor a riqueza envolvente, dá força para levantar e seguir em frente, com alegria e esperança. Jesus nunca disse que os passadiços da vida seriam planos e fáceis de percorrer. Mas prometeu que, quem fosse perseverante até ao fim, receberia a coroa da vitória.

Deus é amor, é comunhão de pessoas, revela-se em traços familiares. Fomos criados à sua imagem e semelhança. O amor mútuo entre homem e mulher, a constituição dessa íntima comunidade de vida e de amor conjugal está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, desde o princípio, é inata. Deus criou o homem, declarou que não era bom que estivesse só, colocou a seu lado a mulher, sua imagem, sua igual, sua companheira. E logo o homem exclama: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! (…) Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e unir-se-á à sua mulher, e eles serão uma só carne (…) Deus abençoou-os e disse-lhes: “sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e cuidai-a”. A Sagrada Escritura fala do casamento como símbolo da Aliança de Deus com o seu povo, fala “do seu ‘mistério’, da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação no Senhor, na Nova Aliança de Cristo e da Igreja”. Apesar de muitas variações culturais, sociais, políticas, ideológicas e espirituais terem tentado escavacar os alicerces da família, nunca ela perdeu aqueles traços comuns e permanentes que lhe conferem uma grandeza ímpar e necessária para o bem da pessoa e de toda a comunidade humana.

Os efeitos do mal são experimentados por todos e, não raro, sentem-se dentro do matrimónio, sobretudo quando se descuida o respeito mútuo, a delicadeza, a humildade, o diálogo, a verdade, a misericórdia, a oração individual e familiar. O pecado das origens, a rutura com Deus, teve como primeira consequência a rutura da comunhão original do homem e da mulher, dando logo origem a desculpas e acusações mútuas, fazendo com que a atração recíproca se convertesse em relação de domínio à mistura com discórdias e infidelidades, ciúmes e conflitos, ódios e ruturas. No entanto, apesar de ferida, a ordem da criação subsiste. Ao reconciliar tudo em si, Jesus redimiu o homem do pecado, reconduziu a família à sua forma original, elevou a união natural entre homem e mulher, união já de si exclusiva e irrevogável, à dignidade de sacramento.

Aos fariseus, inquisidores, Jesus afirmou que se algum desvio houve dos princípios fundacionais dessa união, foi devido à dureza do coração humano, e reafirmou-lhes: “não separe o homem o que Deus uniu” (cf. CIgC1602-1063). As propriedades naturais e fins do casamento (unidade, indissolubilidade, amor e auxílio mútuo e abertura ao dom dos filhos) não decorrem da sua elevação à ordem sacramental, como se quer fazer passar. São anteriores e universais, aplicáveis, em princípio, a todos os seres humanos, quaisquer que sejam as suas convicções religiosas, políticas, sociais e ideológicas. Com o Papa Francisco, também convém dizer que o sacramento do matrimónio não é uma mera “convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo dum compromisso. É um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar. O sacramento também não é uma ‘coisa’ nem uma ‘força’. É o próprio Cristo que vem ao encontro dos esposos cristãos no sacramento do matrimónio. Fica com eles, dá-lhes a coragem de o seguirem, tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro. O matrimónio cristão é um sinal, indica quanto Cristo amou a sua Igreja na Aliança selada na Cruz e torna presente esse amor na comunhão dos esposos. (cf. AL71-73).

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Antonino Dias
Antonino Dias
“É a logica que faz prestar atenção ao clamor do pobre, do mais fraco, do marginalizado, lógica de quem se opõe à violência dos que se servem da riqueza e do poder, da injustiça e da indiferença para humilhar e explorar os outros”, disse D. Antonino Dias - 22/11/2019".

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