Santorini, a famosa ilha grega conhecida por suas paisagens deslumbrantes e arquitetura icónica, tem vivido dias de incerteza devido a uma intensa atividade sísmica. Nos últimos sete dias, mais de 7.700 terremotos foram registrados na região, com o mais forte atingindo uma magnitude de 5.2. Cientistas alertam que essa sequência de tremores pode indicar um terremoto ainda mais poderoso, elevando preocupações sobre possíveis tsunamis e danos estruturais generalizados
A crescente atividade sísmica em Santorini
O enxame de terremotos começou em janeiro e já ultrapassa a marca de 12.800 tremores, conforme dados do Laboratório Sismológico da Universidade de Atenas. Em 3 de fevereiro de 2025, o governo grego determinou o fechamento de escolas e aeroportos como medida de precaução. Mais de 11.000 pessoas, entre moradores e turistas, deixaram a ilha por via aérea e marítima.
A intensidade dos tremores foi sentida até Atenas e em ilhas vizinhas, levando autoridades a adotar medidas emergenciais. Relatos indicam deslizamentos de terra em algumas áreas da ilha, o que levou ao reforço de alertas para que turistas evitem locais de alto risco.
Preocupações com um grande terremoto
Santorini está situada em uma das zonas tectónicas mais ativas do planeta e tem um histórico marcado por grandes eventos geológicos, incluindo uma erupção vulcânica maciça por volta de 1600 a.C., que moldou sua atual paisagem. Embora terremotos sejam comuns na região, a frequência e intensidade dos tremores recentes preocupam os especialistas.
As memórias do terremoto de Amorgos, em 1956, que causou um tsunami mortal e deixou 54 mortos, ressurgiram entre os moradores. No entanto, sismólogos afirmam que a atual atividade sísmica parece ser resultado de alterações tectónicas, sem relação direta com o vulcanismo da ilha.
Resposta do governo e medidas de emergência
Diante da ameaça crescente, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, pediu calma à população, enquanto as autoridades adotaram medidas de emergência:
Evacuações e refúgio: milhares de pessoas foram deslocadas, e abrigos temporários foram instalados em áreas seguras.
Avisos de segurança: sistemas de alerta móvel estão a notificar moradores e turistas sobre áreas propensas a deslizamentos de terra e riscos adicionais.
Equipes de resgate: unidades especiais de resposta a desastres foram enviadas para Amorgos e outras localidades próximas.
Apesar da gravidade da situação, as primeiras inspeções não identificaram danos estruturais significativos em Santorini ou nas ilhas vizinhas. No entanto, as autoridades manterão o estado de emergência pelo menos até 3 de março, com monitoramento contínuo da atividade sísmica.
O que esperar nos próximos dias?
O Dr. Athanasios Agelatos, diretor de pesquisa do Observatório Nacional de Atenas, afirmou que os terremotos concentram-se em uma pequena área e não seguem o padrão tradicional de tremores principais seguidos por réplicas. “O risco de um terremoto mais forte permanece”, alertou.
Enquanto isso, as icónicas vistas de Santorini permanecem em silêncio, interrompidas apenas pelo receio de um evento sísmico ainda mais devastador. O prefeito da ilha, Nikos Zorzos, reconheceu que o fenómeno pode persistir por semanas antes de diminuir e destacou que a população deve permanecer vigilante.
Do ponto de vista vulcânico, especialistas como Efthymios Lekkas, chefe do Comitê de Monitoramento Científico do Arco Vulcânico Helênico, afirmam que a última grande erupção de Santorini ocorreu há cerca de 3.000 anos e que, estatisticamente, grandes explosões ocorrem a cada 20 mil anos. “Ainda temos muito tempo antes de enfrentar uma erupção dessa magnitude”, declarou.
Por enquanto, a ilha continua em alerta máximo, enquanto cientistas e autoridades acompanham de perto os desdobramentos desse evento sísmico sem precedentes.
