Treze novos cirurgiões irão integrar o Serviço de Cirurgia Geral da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, em resposta à demissão do mesmo número de especialistas ocorrida no ano passado. A informação foi confirmada hoje pelo diretor demissionário, Paulo Mira, em declarações à Lusa após uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Paulo Mira detalhou que a maioria dos cirurgiões que vão agora reforçar a equipa já faziam parte do grupo de 13 profissionais que apresentaram a sua demissão em 2024. No entanto, acrescentou que também existem novos cirurgiões interessados em integrar o serviço. “Neste momento, cerca de 13 cirurgiões já estão praticamente assegurados. Além disso, há mais pessoas que demonstraram interesse em trabalhar no Serviço de Cirurgia”, explicou o responsável.
A crise que afetou o serviço de cirurgia da ULS Amadora-Sintra foi desencadeada por um conflito interno, após o regresso de dois médicos que haviam denunciado alegadas más práticas na unidade. Contudo, após investigação, as acusações não se confirmaram. Quanto ao futuro desses cirurgiões, Paulo Mira referiu que a continuidade de ambos dependerá das decisões do novo Conselho de Administração, que foi recentemente nomeado.
O diretor demissionário destacou ainda a importância de garantir condições adequadas para o trabalho da equipa, sublinhando que a situação só poderá ser resolvida de forma satisfatória se forem criadas condições de “paz e estabilidade” no ambiente laboral. “Este é um assunto que, espero, se resolva rapidamente”, afirmou, reiterando que o Ministério da Saúde e a administração da unidade têm agora a responsabilidade de proporcionar os recursos necessários para que a equipa possa retomar as suas funções com eficácia.
Por sua vez, a ministra Ana Paula Martins revelou que pretende assegurar a normalização do hospital dentro das próximas duas a três semanas, com a reconstituição do Serviço de Cirurgia. A partir da próxima quarta-feira, o novo Conselho de Administração, liderado por Carlos Sá, que substitui Luís Gouveia, será responsável por implementar as medidas que garantam a continuidade e qualidade do serviço, permitindo, assim, que o Hospital Amadora-Sintra retome a normalidade.
A ministra acrescentou ainda que o plano em curso visa convencer todos os cirurgiões que se demitiram no ano passado a regressar ao serviço, de modo a restaurar a estabilidade na unidade hospitalar, que serve uma população de cerca de 600 mil pessoas.