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Lukashenko é empossado como Presidente da Bielorrússia pela sétima vez, reafirmando o seu controlo absoluto

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, tomou posse esta terça-feira para o seu sétimo mandato consecutivo, numa cerimónia realizada no Palácio da Independência, em Minsk. Durante o evento, o líder de 70 anos fez duras declarações contra a oposição e reafirmou a sua visão de um país que, segundo ele, possui “mais democracia do que aqueles que se apresentam como modelos”.

Lukashenko, que governa o país desde 1994 e continuará no poder até, pelo menos, 2030, sublinhou que a oposição bielorrussa não tem qualquer “futuro” e não encontrará apoio público. “Não têm nem terão apoio público, não têm futuro. Temos mais democracia do que aqueles que se apresentam como modelos”, declarou com firmeza.

O Presidente da Bielorrússia, frequentemente acusado de repressão e autoritarismo, aproveitou para criticar os seus detratores, a quem apelidou de “fantoches estrangeiros”. Lukashenko fez ainda questão de afirmar que o seu governo tem “tudo em ordem em termos de liberdade de imprensa” e que o país vive numa verdadeira democracia, em contraste com o que descreveu como a “ditadura dos negócios reais” que ele afirma existir no Ocidente.

Durante a cerimónia, milhares de apoiantes de Lukashenko assistiram ao juramento de posse, onde o presidente se comprometeu a continuar a proteger os interesses do povo bielorrusso e garantir a sua estabilidade. “O vosso Presidente nunca vos abandonou e nunca vos abandonará, não vos trairá e não fugirá. Vocês são toda a minha vida”, afirmou.

Contudo, o ambiente em torno da reeleição de Lukashenko, que ocorreu em janeiro de 2023, continua a ser polémico. As eleições, amplamente criticadas pela oposição e organizações internacionais, ocorreram num contexto de repressão política e violação dos direitos humanos. As denúncias de fraude eleitoral foram seguidas de protestos massivos, que foram violentamente reprimidos pelas forças de segurança. Estima-se que mais de 65.000 pessoas tenham sido detidas e centenas de manifestantes tenham sido espancados pela polícia. A oposição, agora em grande parte exilada, recusa reconhecer a legitimidade da vitória de Lukashenko, com muitos considerando o processo eleitoral uma farsa.

O grupo de direitos humanos Viasna e outras organizações bielorrussas denunciam a continuidade do regime repressivo, lembrando que o país se encontra em uma “profunda crise dos direitos humanos”, onde a sociedade civil, os meios de comunicação independentes e a oposição são alvos constantes de perseguição. Atualmente, a Bielorrússia conta com cerca de 1.300 presos políticos, incluindo Ales Bialiatski, o fundador do Viasna e laureado com o Prémio Nobel da Paz.

No exílio, a líder da oposição Sviatlana Tsikhanouskaya prometeu continuar a luta pela liberdade e a restauração da soberania bielorrussa. “O nosso objetivo é libertarmo-nos da ocupação russa e da tirania de Lukashenko, e trazer a Bielorrússia de volta à família das nações europeias”, afirmou Tsikhanouskaya, que se exilou após as eleições de 2020, quando tentou disputar a presidência contra Lukashenko.

A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, tem manifestado preocupação com a situação política na Bielorrússia, com os EUA a aconselharem os seus cidadãos a abandonarem o país devido à crescente repressão. Além disso, Lukashenko tem sido criticado por permitir o uso do território bielorrusso para a invasão russa da Ucrânia e por receber armas nucleares táticas da Rússia.

Em meio a este cenário, Lukashenko permanece uma figura central na política bielorrussa, com uma oposição que continua a ser silenciada e uma população que vive sob um regime de censura e repressão.

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