O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, classificou o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) como um “projeto virtuoso” que, além de se pagar a si próprio, tem vindo a gerar um impacto económico significativo em Portugal. O ministro sublinhou que o Alqueva contribui, anualmente, com 339 milhões de euros em receita fiscal, o que representa um importante auxílio para o Orçamento de Estado (OE) e para o financiamento do Estado social do país.
A declaração foi feita durante uma apresentação, em Beja, na sede da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), onde foi divulgado um estudo sobre os efeitos económicos do projeto. Fernandes destacou que o Alqueva, em conjunto com outros projetos semelhantes, promove a competitividade da região, a coesão territorial e o abastecimento de água para uso urbano e industrial, tornando-se essencial para o desenvolvimento da economia nacional.
Impacto Económico Significativo
O estudo revelou que o Alqueva tem gerado um impacto de 364 milhões de euros anuais na economia nacional, contribuindo com 27 mil milhões de euros para a produção nacional até 2028. Este valor inclui 12 mil milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB), cinco mil milhões de euros em remunerações e a criação de 22.569 empregos, sendo um motor de desenvolvimento para o Alentejo e outras regiões envolvidas.
José Manuel Fernandes frisou que o “custo é não investir” em projetos desta natureza, que não só geram retorno económico, como também são fundamentais para o equilíbrio social e territorial do país. O governante sublinhou a importância de continuar a apostar em investimentos estruturantes como o Alqueva para garantir o crescimento e a estabilidade económica a longo prazo.
Desenvolvimento do Turismo e Despovoamento da Região
Questionado sobre a evolução do turismo no Alentejo, José Manuel Fernandes reconheceu que o crescimento do setor não acompanhou o ritmo da agricultura, mas defendeu que investimentos em infraestruturas de transporte, como a recente aprovação da ligação da Autoestrada 26 (A26) a Beja, são fundamentais para impulsionar a atividade turística. Embora o despovoamento da região seja uma questão complexa, o ministro afirmou que a coesão territorial precisa de ser abordada através de uma combinação de políticas, incluindo melhores acessibilidades e serviços públicos.
Transformação Empresarial e Produtiva
Joaquim Miranda Sarmento, ministro de Estado e das Finanças, destacou, por sua vez, que o Alqueva tem sido um impulsionador do aumento da produtividade e da criação de grandes empresas na região. O aumento do número de grandes empresas é um dos fatores chave para a transformação da economia local, visto que as grandes empresas em Portugal são três vezes mais produtivas do que as pequenas, conforme realçou.
O Alqueva como Catalisador de Desenvolvimento Regional
José Pedro Salema, presidente da EDIA, apontou que o EFMA tem atuado como um catalisador da atividade económica no Alentejo. O objetivo do projeto não é gerar dividendos para o Estado, mas sim fomentar o desenvolvimento regional, a coesão social e a criação de emprego. Salema destacou que, embora o turismo na região não tenha seguido o modelo de massificação inicialmente previsto, o tipo de turismo que se desenvolveu é de pequena escala, de melhor qualidade e mais sustentável.
Um Retorno Financeiro Relevante
O estudo também revelou que o Alqueva já gerou, até ao momento, quase três mil milhões de euros em receitas fiscais, superando o investimento público total de cerca de 2,5 mil milhões de euros. Este retorno financeiro evidencia a viabilidade do projeto e a sua importância estratégica para o futuro da economia portuguesa.
Em suma, o Alqueva é um exemplo de como grandes investimentos em infraestrutura podem trazer benefícios a longo prazo para a economia, a coesão territorial e o bem-estar social. O projeto não só impulsiona a agricultura e a indústria, mas também cria condições para o desenvolvimento sustentável de regiões históricas como o Alentejo.