Blaise Metreweli, veterana dos serviços secretos e formada por Cambridge, assume liderança histórica da espionagem britânica
A agência de espionagem britânica MI6 nomeou neste domingo a sua primeira mulher para o cargo máximo em mais de um século de existência. Blaise Metreweli, de 47 anos, será a 18.ª chefe da organização desde sua fundação, em 1909. A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, durante sua chegada ao Canadá para a cimeira do G7.
Metreweli é uma oficial de carreira dos serviços secretos britânicos, com mais de duas décadas de experiência no setor. Ingressou no MI6 em 1999, após se formar pela Universidade de Cambridge, e construiu sua carreira em operações internacionais, especialmente na Europa e no Médio Oriente. Atualmente, ocupa o cargo de diretora de tecnologia e inovação da agência.
“Sinto-me orgulhosa e honrada por me terem pedido para dirigir o meu serviço”, declarou Metreweli. “O MI6 desempenha um papel vital — juntamente com o MI5 e o GCHQ — na manutenção da segurança do povo britânico e na promoção dos interesses do Reino Unido no estrangeiro.”
A escolha de Metreweli simboliza uma virada histórica na cultura institucional da espionagem britânica, tradicionalmente dominada por homens. O atual dirigente, Richard Moore, que está de saída, havia prometido mais diversidade dentro da agência, afirmando em 2023 que trabalharia para garantir que fosse “o último C selecionado a partir de uma lista exclusivamente masculina”.
O primeiro-ministro Keir Starmer saudou a nomeação como “histórica” e enfatizou sua importância no atual contexto geopolítico: “O Reino Unido está a enfrentar ameaças numa escala sem precedentes — de navios espiões nas nossas águas a sofisticadas conspirações cibernéticas. O trabalho dos nossos serviços de informação nunca foi tão vital”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, também elogiou Metreweli, considerando-a “a candidata ideal” para liderar o MI6 em tempos de instabilidade global: “Blaise irá garantir que o Reino Unido possa enfrentar estes desafios com determinação, mantendo a segurança do país em território nacional e além-mar”.
Com essa nomeação, o MI6 segue os passos de outras agências britânicas que já haviam promovido mulheres à liderança. Stella Rimington e Eliza Manningham-Buller estiveram à frente do MI5 entre as décadas de 1990 e 2000, e, mais recentemente, Anne Keast-Butler tornou-se diretora da GCHQ em 2023.
A liderança de Blaise Metreweli não apenas rompe uma barreira histórica, mas também projeta uma nova era para a espionagem britânica — mais inclusiva, moderna e preparada para os desafios tecnológicos do século XXI.