O Partido Socialista promove entre os dias 27 e 28 de junho de 2025 eleições directas para escolher o novo secretário‑geral, nas quais participam militantes e simpatizantes. Em Castelo Branco, Portalegre e Guarda, o voto realiza‑se em sedes distritais e concelhias locais
Onde votar
- Castelo Branco: o apuramento é feito nas instalações da Federação Distrital do PS, com mesas de voto instaladas nas principais sedes concelhias, incluindo Castelo Branco, Fundão, Belmonte e Idanha‑a‑Nova.
- Portalegre: sufrágio agendado nas sedes em Portalegre e Elvas, com abertura assegurada entre as 9h00 e as 19h00, sob supervisão da Federação Distrital.
- Guarda: a mesa na sede da Federação Distrital acolhe votantes de concelhos como Guarda, Seia e Gouveia, com extensão a outras secções locais, conforme orientação interna.
Contexto político e momento do PS
- Sucessão e clima interno
Pedro Nuno Santos demitiu‑se a 18 de maio, na sequência de uma pesada derrota do PS nas legislativas, onde caiu para 58 deputados, empatando com o Chega e atrás da AD (91 mandatos). Carlos César assumiu interinamente e convocou eleições –, aprovadas em 201 votos contra 5 –, para 27 e 28 de junho, com prazo de candidaturas até 12 de junho . - Candidatura única
Apenas José Luís Carneiro, ex‑ministro e figura proeminente no partido, formalizou a sua candidatura até agora. O antigo líder Carlos César declarou percecionar Carneiro como perfil de liderança “forte e agregador”. - Desafios à frente
O próximo líder herda a tarefa de reconstruir o partido após perdas eleitorais, preparar‑se para as autárquicas de entre setembro e outubro, e definir uma posição clara quanto ao apoio ou oposição ao futuro Governo da AD liderado por Luís Montenegro.
O PS enfrenta um momento adverso: em maio, os votos para o partido caíram para 22,8 por cento, comparativamente aos 31,8 por cento da AD, reforçando o avanço da direita e extrema‑direita no panorama político. O próximo secretário‑geral deverá definir rapidamente a linha estratégica: se viabilizará o Governo da AD — como sugeriu César que aconteceu no mandato anterior — ou se posicionará em resistência activa.
A eleição do novo secretário-geral do Partido Socialista representa mais do que uma simples transição de liderança: é um teste à capacidade de reconstrução interna do partido, profundamente abalado pelos últimos resultados eleitorais. A nova direcção terá como prioridade unir as diferentes correntes internas e recuperar a confiança dos militantes e eleitores, num momento em que o PS precisa de reestruturar a sua estratégia política e preparar com urgência as próximas eleições autárquicas. Ao mesmo tempo, o líder eleito terá de posicionar o partido num parlamento fragmentado, marcado pelo avanço da direita e pela crescente influência do Chega, exigindo decisões claras sobre negociações e possíveis apoios ao Governo da Aliança Democrática. A escolha entre uma oposição construtiva e a formulação de uma alternativa política consistente será determinante para o futuro do partido. A liderança agora em disputa definirá a visão com que o PS se apresentará ao país e a forma como pretende responder aos novos desafios políticos e sociais que se desenham no horizonte.
Com votos entre 27 e 28 de Junho em todo o país, estas eleições directas poderão marcar um ponto de viragem no PS, definindo capacidade de recuperação e relevância política. A definição do calendário interno revela a urgência com que o partido pretende restabelecer estabilidade antes das próximas autárquicas, lançando também o desafio ao novo líder: trazer coesão e mobilização num contexto difícil.
