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Acionistas da Apple rejeitam proposta para eliminar programas de diversidade

Os acionistas da Apple rejeitaram, esta terça-feira, uma proposta que visava pressionar a empresa a seguir a orientação do presidente norte-americano, Donald Trump, e eliminar os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) da companhia. A proposta, elaborada pelo Centro Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas, um think tank conservador, sugeria que a Apple se juntasse a outras grandes empresas que recuaram nas suas iniciativas de diversidade, actualmente no centro das atenções da administração Trump.

Após a apresentação da proposta, a Apple anunciou que a mesma foi rejeitada, embora não tenha divulgado a contagem dos votos. Os resultados preliminares deverão ser divulgados ainda esta terça-feira, num relatório regulamentar. Este desfecho confirma a decisão da empresa de manter o seu compromisso com a diversidade, apesar das críticas provenientes de figuras políticas, como Donald Trump, que questionaram a neutralidade desses programas. Trump pediu recentemente ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos uma análise para determinar se os programas DEI discriminam funcionários cujas características raciais ou de género não correspondem aos objetivos da iniciativa.

Embora a Apple tenha reiterado o seu compromisso com a diversidade, a relação do seu CEO, Tim Cook, com Donald Trump tem sido cordial, o que tem ajudado a empresa a evitar tarifas sobre os seus iPhones fabricados na China. Na sequência de um encontro entre Cook e Trump na semana passada, a Apple anunciou um investimento de 500 mil milhões de dólares nos Estados Unidos, com o objetivo de criar 20 mil novos postos de trabalho nos próximos cinco anos, um gesto amplamente elogiado pelo presidente norte-americano.

Este voto dos acionistas ocorre um mês depois de uma proposta semelhante ter sido rejeitada, por uma esmagadora maioria, na reunião anual da multinacional do retalho Costco. No entanto, o Centro Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas não se intimidou e continuou a pressionar a Apple em relação ao seu programa DEI. Stefan Padfield, diretor executivo do projeto de Livre Empresa do think tank, argumentou que “a diversidade forçada é prejudicial aos negócios” e afirmou que os programas da Apple estariam em desacordo com decisões judiciais recentes, expondo a empresa a potenciais processos por alegada discriminação.

A crítica de Padfield reflete um clima crescente de oposição a políticas de diversidade em grandes empresas, com outros exemplos, como a Meta (Target), que recentemente enfrentou uma ação judicial na Flórida relacionada com os seus programas DEI e a acusação de que estes prejudicaram as vendas e alienaram consumidores.

Apesar da pressão externa, a Apple defende que promover uma força de trabalho diversificada faz sentido do ponto de vista comercial. Tim Cook reconheceu que a empresa poderá ter de ajustar o seu programa de diversidade “à medida que o panorama jurídico muda”, mas reafirmou a sua intenção de manter uma cultura empresarial inclusiva. No seu último relatório de diversidade e inclusão, publicado em 2022, a Apple revelou que quase três quartos da sua força de trabalho global é composta por funcionários brancos e asiáticos, sendo que quase dois terços são homens, o que reflete as tendências de diversidade no setor tecnológico, particularmente nas áreas de engenharia e tecnologia.

Em suma, a rejeição da proposta pelos acionistas da Apple demonstra a firmeza da empresa em manter os seus programas de diversidade, apesar da crescente pressão política e legal sobre as iniciativas DEI no ambiente corporativo dos Estados Unidos.

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