A Alemanha e Moçambique estabeleceram uma parceria estratégica com a assinatura de um acordo de financiamento no valor de 500 mil euros, destinado ao desenvolvimento de um estudo sobre o potencial do hidrogénio verde em Moçambique. O projeto visa diversificar a matriz energética do país africano, aproveitando as vastas reservas naturais de recursos como a água, a energia solar e a energia eólica, que, segundo o embaixador alemão, Ronald Munch, oferecem “boas condições” para a produção do hidrogénio verde.
A assinatura do acordo aconteceu na última sexta-feira entre a Eletricidade de Moçambique (EDM) e o Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW), instituição que disponibilizou o financiamento. Este investimento visa não só a análise do mercado para a implementação da tecnologia do hidrogénio verde, mas também a criação de novas oportunidades de emprego e o fomento do desenvolvimento de infraestruturas e indústrias no país.
De acordo com Ronald Munch, a promoção do hidrogénio verde em Moçambique tem o potencial de diversificar o fornecimento de energia, ao mesmo tempo que contribui para o crescimento económico do país. O embaixador salientou ainda que a utilização dessa tecnologia ecológica pode transformar a infraestrutura energética de Moçambique, favorecendo a sua integração no mercado global de energias renováveis.
O estudo terá uma duração estimada de entre seis a nove meses e, com base nos seus resultados, espera-se que o país comece a incorporar o hidrogénio verde na sua matriz energética. Joaquim Ou-chim, presidente da EDM, sublinhou que a viabilidade da produção de hidrogénio verde em Moçambique é promissora, dado o potencial dos recursos naturais disponíveis.
O montante de 500 mil euros será utilizado para a contratação de consultores especializados, responsáveis pela realização dos estudos de mercado e pela avaliação da viabilidade técnica e económica do projeto. A diretora nacional de Energia em Moçambique, Marcelina Mataveia, explicou que, além de garantir o abastecimento interno de energia, o hidrogénio verde poderá ser explorado para a exportação, incluindo subprodutos como o oxigénio e a amónia, que são essenciais na produção de fertilizantes agrícolas.
Com este projeto, Moçambique poderá dar um passo importante para o fortalecimento da sua matriz energética e para a criação de um mercado de hidrogénio verde, que tem vindo a ganhar destaque em várias partes do mundo como uma alternativa sustentável e estratégica para o futuro da energia global.