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As relíquias de São Francisco Xavier

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Os restos mortais de São Francisco Xavier estão expostos em Goa entre 21 de novembro de 2024 e 5 de janeiro de 2025, celebração que ocorre cada dez anos, reunindo milhões de devotos de diversas regiões do país e do mundo. O Santo de Goa, pioneiro na difusão do cristianismo na Ásia, nasceu em 1506, em Navarra, Espanha, e morreu como missionário, em 1552, na ilha de Shangchuan, Jiangmen, na China. Após dois anos, os seus restos mortais foram trasladados, intactos e íntegros, para Malaca e, depois, para Goa, onde ainda hoje é venerado na igreja do Bom Jesus.

Quando da chegada a Goa, no início de 1554, o corpo foi preservado e, surpreendentemente, permaneceu incorrupto, não apresentando sinais de decomposição, tendo então sido exposto pela primeira vez à veneração pública em Goa, de 16 a 18 de março de 1554. Posteriormente, a Igreja local retomou a prática de expor o corpo do santo à veneração de dez em dez anos, colocando-o numa caixa de vidro para que os devotos pudessem vê-lo claramente. Uma das relíquias mais conhecidas, o seu braço direito, com o qual batizou muitos fieis, está guardado separadamente na Chiesa del Gesù, em Roma.

Em Macau, na ilha de Coloane, numa pequena capela, está preservada uma relíquia do Santo, que consiste num grande pedaço de osso do braço do Santo Apóstolo do Oriente e que viera de Goa para a igreja de S. Paulo de Macau, onde se conservou posteriormente à expulsão dos Padres Jesuítas. O facto de S. Francisco Xavier se ter distinguido como missionário do Oriente, determinou a “santificação” ou “veneração” de certos lugares com ele associados, assim como a proliferação de inúmeras relíquias. Em Yamaguchi, Japão, conserva-se um poço, junto ao qual, segundo a tradição local, S. Francisco Xavier costumava fazer as suas pregações. De 1553 data a extração de um bocado de carne da coxa direita. Em 1556 existia um relicário com cabelo de S. Francisco Xavier no Colégio de S. Paulo em Macau. Uma parte do dedo do pé do Santo, que a exaltada devota Condessa de Villahermosa teria arrancado, supostamente com os dentes, em 1554, era transportada em procissão em Goa nos finais do séc. XVII.

Hoje em dia já não é permitido aos devotos tocar no corpo do Santo.

Numa perspetiva científica, o fenómeno pode dever-se a condições de preservação favoráveis, como baixas temperaturas e ausência de oxigénio nos caixões. Condições específicas também podem levar à mumificação natural, processo cientificamente conhecido como adipocere.

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Joaquim Correia
Joaquim Correia
“É com prazer que passo a colaborar no jornal Regiões, até porque percebo que o conceito de “regiões” tem aqui um sentido abrangente e não meramente nacional, incluÍndo o resto do mundo. Será nessa perspectiva que tentarei contar algumas histórias.” Estudou em Portugal e Angola, onde também prestou Serviço Militar. Viveu 11 anos em Macau, ponto de partida para conhecer o Oriente. Licenciatura em Direito, tendo praticado advocacia Pós-Graduação em Ciências Documentais, tendo lecionado na Universidade de Macau. É autor de diversos trabalhos ligados à investigação, particularmente no campo musical

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