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Conheça as diferenças das primeiras eleições e as de hoje

As primeiras cinco eleições legislativas em Portugal após a Revolução de 25 de Abril de 1974 foram momentos decisivos na consolidação da democracia portuguesa. Cada ato eleitoral refletiu as tensões, esperanças e desafios de um país em transformação

As Primeiras Cinco Eleições Legislativas (1976–1983)

1976 – A Primeira Assembleia Constituinte

Realizadas a 25 de abril de 1976, estas eleições foram as primeiras legislativas após a aprovação da Constituição. O Partido Socialista (PS), liderado por Mário Soares, venceu com 34,9% dos votos, elegendo 107 deputados. O Partido Popular Democrático (PPD), atual PSD, ficou em segundo lugar com 24,4%, seguido pelo CDS com 16,6%. O Partido Comunista Português (PCP) obteve 14,6%. A elevada participação (91,7%) demonstrou o entusiasmo democrático do país.

1979 – A Ascensão da Aliança Democrática

Em 2 de dezembro de 1979, a coligação Aliança Democrática (AD), composta por PPD, CDS e PPM, liderada por Francisco Sá Carneiro, venceu com 45,3% dos votos, conquistando 128 deputados. O PS obteve 27,3% e 74 deputados, enquanto a Aliança Povo Unido (APU), liderada pelo PCP, alcançou 18,8% e 47 deputados.

1980 – Reforço da AD e Tragédia de Camarate

As eleições de 5 de outubro de 1980 reforçaram a posição da AD, que obteve 47,6% dos votos e 134 deputados. O PS manteve os 27,8% e 74 deputados. A APU teve 16,8% e 41 deputados. A participação foi de 83,9%. A morte de Sá Carneiro no acidente de Camarate, em dezembro, abalou o país e levou Francisco Pinto Balsemão à liderança do governo.

1983 – Regresso do PS e Governo de Bloco Central

Em 25 de abril de 1983, o PS venceu com 36,1% dos votos e 101 deputados. O PSD obteve 27,2% e 75 deputados. A APU alcançou 18,1% e 44 deputados, enquanto o CDS teve 12,6% e

30 deputados. A participação foi de 77,8%. Sem maioria absoluta, PS e PSD formaram o governo de Bloco Central, enfrentando uma grave crise económica.

Legislativas de 2025: Fragmentação e Incerteza

As eleições legislativas de 18 de maio de 2025 ocorreram num contexto de instabilidade política, com três eleições em menos de dois anos. A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, venceu com 29,5% dos votos e 79 deputados. O PS ficou em segundo lugar com 28,7% e 77 deputados. O Chega foi a terceira força, obtendo 18,1% e 48 deputados, quadruplicando a sua representação parlamentar. A abstenção foi de 33,8%.

Quatro Diferenças Marcantes Entre o Passado e o Presente

1. Participação Eleitoral: As primeiras eleições pós-25 de Abril registaram participações superiores a 80%, refletindo o entusiasmo democrático. Em 2025, a abstenção foi de 33,8%, indicando um certo desinteresse ou desilusão com o processo político.

2. Simplicidade Partidária vs. Fragmentação Atual: Nas décadas de 70 e 80, o cenário político era dominado por poucos partidos. Hoje, o parlamento é composto por múltiplas forças políticas, tornando a formação de maiorias mais complexa.

3. Coligações Inusitadas: A coligação entre PS e CDS em 1978 seria impensável hoje, dada a polarização ideológica atual.

4. Influência Militar: Nos primeiros anos da democracia, os militares tinham um papel significativo na política. Atualmente, as Forças Armadas mantêm-se afastadas da esfera política, respeitando a separação de poderes.

Estas diferenças ilustram a evolução do sistema político português desde a Revolução de 25 de Abril, refletindo mudanças na participação cívica, na estrutura partidária e na cultura política do país.

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