O valor total das medidas adoptadas para combater a pandemia de covid-19 e apoiar a recuperação económica ultrapassou os 16,5 mil milhões de euros entre 2020 e 2022, com o maior montante registado em 2021. Este investimento, que refletiu a adaptação das políticas públicas à evolução da crise sanitária, foi fundamental para mitigar os impactos da pandemia sobre a economia e o mercado de trabalho.
De acordo com cálculos da Lusa baseados na execução orçamental, os gastos foram distribuídos ao longo dos três anos, com destaque para o ano de 2021, quando os custos atingiram os 7.743,7 milhões de euros. A maior parte dos fundos foi destinada ao aumento da despesa pública, sendo que os valores mais elevados ocorreram em medidas como o apoio às empresas e ao emprego, com destaque para o programa ‘lay-off’ simplificado em 2020, que absorveu 823,2 milhões de euros.
Em 2020, as primeiras respostas à pandemia envolveram um total de 4.591,1 milhões de euros, sendo que mais de metade deste valor foi destinado ao aumento da despesa pública, com um impacto significativo no apoio à tesouraria das empresas e à manutenção de postos de trabalho. Já em 2022, as medidas totalizaram 4.199,7 milhões de euros, com um peso significativo em áreas como os apoios ao emprego e à recuperação económica.
As medidas de resposta à crise, adaptadas às circunstâncias de cada momento, refletiram-se, também, numa redução das receitas fiscais. Em 2020, a suspensão dos pagamentos por conta do IRC e a isenção da taxa social única no âmbito do ‘lay-off’ simplificado resultaram numa quebra de 1,4 mil milhões de euros em receita fiscal. Em 2022, a medida de prorrogação dos pagamentos do IVA foi a que teve maior impacto no orçamento, com implicações diretas nas finanças públicas.
Além dos gastos com as respostas económicas, a pandemia impôs custos elevados no setor da saúde, com a aquisição de vacinas, testes, equipamentos de proteção e reforço de contratações de profissionais. A somar a isso, o aumento da despesa com as linhas de apoio à tesouraria das empresas e com outras iniciativas de apoio à recuperação económica configuram uma fatura elevada, refletindo a necessidade de medidas contínuas para enfrentar a crise.
Em suma, as medidas de resposta à covid-19, que incluíram tanto o aumento da despesa como a redução da receita, representam uma parte significativa dos custos impostos pela pandemia, com um impacto notório na execução orçamental do país.
