Um homem de 43 anos foi baleado, durante uma fuga, esta segunda-feira de madrugada por uma patrulha da PSP na Cova da Moura, Lisboa. Inicialmente foi avançado que a viatura era furtada, mas testemunhas no bairro dizem que o carro pertencia ao suspeito. A vítima ainda foi transportada para o hospital Francisco Xavier, mas acabou por morrer no hospital.
Um homem morreu esta segunda-feira de manhã no Hospital S. Francisco Xavier em Lisboa, depois de ter sido atingido a tiro pela PSP. Os disparos ocorreram no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, na sequência de uma perseguição a um suspeito de furto. Há dois inquéritos para apurar responsabilidades: um criminal, outro disciplinar.
Segundo fonte policial, o homem fugiu ao volante de um carro quando foi mandado parar pela polícia, entrou no bairro da Cova da Moura, abalroou vários carros quando se despistou e terá reagido “violentamente” à abordagem da polícia com recurso a “arma branca”. Os agentes dispararam para o ar e na direção do suspeito que foi atingido numa axila. Ainda foi levado para o hospital, mas acabou por morrer.
Em comunicado, a PSP adianta que, minutos antes da interceção, “na Avenida da República, na Amadora, o suspeito ao visualizar uma viatura policial encetou fuga para o interior do Bairro Alto da Cova da Moura, também, na Amadora”.
“No interior do Bairro, o condutor entrou em despiste, abalroando viaturas estacionadas, tendo o veículo em fuga ficado imobilizado. Na Rua Principal do referido bairro, quando os polícias procediam à abordagem do suspeito, o mesmo terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca, tendo um dos polícias, esgotados outros meios e esforços, recorrido à arma de fogo e atingido o suspeito, em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar”.
A vítima tinha 43 anos e chamava-se Odair Moniz. Uma familiar garante que o carro que conduzia “era dele, com papéis no nome dele e tudo”. A organização Vida Justa exige “uma investigação séria e isenta”. “Os moradores dos bairros precisam de paz e não de serem assassinados”,
A Inspeção Geral da Administração Interna e o Ministério Público vão investigar as circunstâncias desta morte: “Foi dado conhecimento ao Ministério Público e à Polícia Judiciária que se deslocou ao local da ocorrência. Foram realizados procedimentos de preservação e de gestão do local do crime e seguir-se-ão outras diligências investigatórias junto dos polícias da PSP e de testemunhas, para apurar as circunstâncias que originaram esta ocorrência”, diz a PSP.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, ordenou “com carácter de urgência, que a IGAI” abra um inquérito “para apuramento das circunstancias” da operação policial “que culminou com a morte de um cidadão”.