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Indústria Alemã Soa Alarme: Restrição Chinesa de Terras Raras Pode Desencadear Nova Crise Industrial Semelhante à Crise Energética de 2022

A indústria alemã emite um alerta grave face à possibilidade de uma crise industrial causada pela escassez de terras raras, minerais essenciais à produção de tecnologias avançadas, cuja exportação está severamente restringida pela China. A Associação Federal da Indústria Alemã (BDI) sublinha que a dependência europeia destes minerais, atualmente dominada pela China, cria um risco crítico para vários setores chave da economia.

Wolfgang Niedermark, diretor da BDI, comparou a situação atual à crise energética de 2022, provocada pela interrupção do fornecimento de gás natural russo, que paralisou diversas atividades industriais. “Estamos perante uma crise dos metais que poderá afetar gravemente a produção em setores como a indústria automóvel, maquinaria, tecnologias energéticas e defesa”, afirmou Niedermark em entrevista ao semanário alemão Der Spiegel.

Entre os produtos industriais mais vulneráveis encontram-se os motores elétricos, dispositivos robóticos e drones, cuja fabricação depende quase integralmente das importações chinesas destes minerais estratégicos. A China detém mais de 60% da mineração mundial e 92% da produção refinada destes materiais, como o samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio, ítrio e ímanes derivados, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

Desde 2 de abril, no contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos, Pequim implementou um rigoroso regime de licenças para a exportação destes minerais, alegando razões de segurança nacional. Esta decisão tem causado preocupações na Europa, devido ao impacto direto nas cadeias de abastecimento industriais.

Em resposta às críticas europeias, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês declarou que o país valoriza as preocupações da União Europeia e propõe a criação de um “canal verde” para acelerar a aprovação das exportações de terras raras que cumpram os requisitos legais. Esta iniciativa surge numa altura delicada, poucos meses antes da cimeira UE-China marcada para julho, que coincidirá com a celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Bruxelas e Pequim.

A próxima cimeira representa uma oportunidade para reequilibrar as relações entre a União Europeia e a China, ainda marcadas por divergências políticas e comerciais profundas. Contudo, a indústria europeia mantém-se alerta face à vulnerabilidade da sua cadeia produtiva, cuja continuidade depende diretamente do acesso a estes recursos estratégicos.

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