Israel acusou hoje o Hamas de ter violado os termos do acordo de cessar-fogo em Gaza ao libertar, em primeiro lugar, reféns militares, em vez de civis, como estipulado no acordo. A acusação surgiu no mesmo dia em que ocorreu a segunda troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, com a libertação de quatro mulheres militares. O porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, afirmou que o Hamas não cumpriu a sua obrigação de dar prioridade à libertação das mulheres civis
O Hamas anunciou na sexta-feira à noite que libertaria quatro mulheres soldados, sequestradas em outubro de 2023 durante o ataque à base militar de Nahal Oz, o que foi prontamente contestado por Israel. O governo israelita alegou que, de acordo com o acordo de cessar-fogo, as mulheres civis deveriam ser libertadas antes das militares. Contudo, documentos consultados pela agência de notícias Efe indicam que o acordo não especifica tal prioridade.
A troca de reféns deste sábado resultou na libertação de quatro mulheres militares israelitas, entre as quais Liri Albag, de 19 anos, e Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy, todas com idades de 20 anos. Após a libertação, as reféns foram apresentadas em público por militantes do Hamas, sendo mais tarde entregues aos veículos da Cruz Vermelha, que as transportaram para Israel.
Paralelamente, o acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor no domingo, continua a permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, embora a trégua se mantenha frágil. Desde o início da pausa nos confrontos, o Hamas libertou três reféns israelitas em troca de 90 prisioneiros palestinianos, a maioria mulheres e crianças. Israel, por sua vez, deverá libertar até 200 prisioneiros palestinianos até ao final do dia de hoje, como parte do acordo.
A guerra entre Israel e o Hamas, que já dura mais de 15 meses, resultou em enormes perdas humanas e materiais, com mais de 47 mil mortos na Faixa de Gaza e a destruição generalizada da região. O acordo de cessar-fogo procura mitigar a escalada do conflito, mas a sua implementação continua a ser complexa e rodeada de tensões.