Jaime Antunes apresentou, esta quinta-feira, a sua renúncia à vice-presidência do Sport Lisboa e Benfica e à administração da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do clube, conforme comunicado oficial enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A decisão foi formalizada após uma carta entregue ao presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), José Pereira da Costa, no início da semana, na qual Antunes manifestava discordâncias com a gestão do futebol e a política desportiva do clube.
De acordo com o comunicado, Antunes informou pessoalmente o presidente da direção, Rui Costa, sobre a sua decisão, alegando razões de ordem pessoal. No entanto, fontes próximas revelam que o principal motivo para a saída de Antunes foi a sua discordância com a direção do clube em relação à gestão desportiva e à política implementada nos últimos tempos.
O clube, em agradecimento ao trabalho de Antunes, destacou a sua contribuição significativa em diversos projetos, como a revisão dos Estatutos, já concluída no que respeita à responsabilidade da direção, e o projeto de alargamento do Estádio da Luz, que visa aumentar a capacidade para 70 mil lugares. A direção do Benfica expressou igualmente agradecimentos pela dedicação e empenho de Antunes ao longo dos anos.
Com a saída de Jaime Antunes, o cargo de vice-presidente passa a ser ocupado, de forma imediata, por José Francisco Gandarez, que já fazia parte da administração da SAD desde a remodelação ocorrida após a saída de Luís Mendes, em setembro de 2024. Mendes, que detinha a pasta financeira, renunciou devido ao processo ‘Cartão Vermelho’, que investigou vários negócios envolvendo o clube e o Novo Banco.
A renúncia de Antunes não é a primeira alteração significativa na direção do Benfica. Em junho de 2024, Luís Mendes, outro vice-presidente eleito na lista liderada por Rui Costa, também abandonou o cargo. A mudança na liderança resultou na efetivação de Rui do Passo como vice-presidente, enquanto Gandarez assume agora o cargo de forma plena, substituindo Antunes.
A situação interna do clube tem sido marcada por várias alterações e pela revisão dos Estatutos, processo que ainda não foi concluído. Este ambiente de instabilidade na gestão interna do Benfica é uma preocupação crescente entre os adeptos, que aguardam o desfecho da revisão estatutária e das decisões relativas à gestão do futebol e das infraestruturas.
Jaime Antunes, economista de formação, tinha sido candidato à presidência do Benfica em 2003, mas foi derrotado por Luís Filipe Vieira. Em 2020, integrou a lista de Rui Costa para o quadriénio 2020-2024, tornando-se vice-presidente suplente e assumindo a vice-presidência efetiva em julho de 2021, após a saída de Luís Mendes.