A Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai discutir a 3 de setembro, numa reunião pública marcada para as 15:00, os impactos do aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado. A sessão, que terá lugar na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho, foi solicitada pelo PS e pretende ser uma audição aberta à sociedade civil, reunindo várias entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente e organizações ambientais.
Esta discussão surge num momento em que a expansão da infraestrutura aeroportuária tem sido alvo de forte oposição, especialmente por parte das freguesias vizinhas, onde residem cerca de 100 mil pessoas. Estas populações já enfrentam problemas significativos relacionados com o ruído, poluição e congestionamento de tráfego, fatores que poderiam agravar-se com o aumento do número de voos. Lisboa é atualmente a segunda capital europeia com mais habitantes expostos ao ruído aeronáutico.
A moção “Expansão da capacidade aeroportuária em Lisboa Não!”, proposta pelo PS e aprovada em maio, reflete a posição contrária ao aumento da capacidade do aeroporto, destacando os impactos negativos na qualidade de vida na cidade. O presidente da CML, Carlos Moedas (PSD), assinou o edital de convocação da reunião, que visa dar seguimento à referida moção.
Diversas forças políticas, incluindo o PCP, BE, Livre, e a plataforma cívica “Aeroporto fora, Lisboa melhora”, criticam o que consideram ser a submissão dos interesses da cidade aos da concessionária Vinci. Estas entidades defendem a desativação progressiva do Humberto Delgado, apontando o Campo de Tiro de Alcochete como a localização mais adequada para o novo aeroporto.
A reunião de setembro promete ser um momento crucial para a definição do futuro do aeroporto e da qualidade de vida em Lisboa, com várias propostas a serem discutidas, incluindo a proibição de voos noturnos e a necessidade de uma nova avaliação de impacto ambiental. As decisões tomadas poderão moldar o rumo da capital nos próximos anos, tanto em termos de desenvolvimento urbano como de saúde pública.
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