O Museu Nacional do Azulejo (MNAz), situado em Lisboa, irá lançar, na primeira quinzena de março de 2025, um concurso público internacional para a realização das primeiras obras de fundo no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Estas intervenções, que são necessárias há mais de quatro décadas, visam garantir a preservação e valorização deste importante equipamento cultural.
A primeira fase das obras estará focada na requalificação da fachada e das coberturas do museu, seguidas de uma segunda fase, que contemplará a recuperação estrutural do edifício. O encerramento parcial e temporário do MNAz está a ser analisado pelas entidades responsáveis, nomeadamente pela Museus e Monumentos de Portugal, em colaboração com o Património Cultural-IP e a Associação de Turismo de Lisboa. As consequências dessa decisão serão avaliadas em função do impacto das obras, que deverão decorrer de forma a minimizar o desconforto para os visitantes.
Segundo a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, as empreitadas previstas para o MNAz incluem intervenções estruturais profundas, desde a recuperação das coberturas e fachadas até a preservação do claustro e do claustrim. O projeto, integrado no PRR, está orçado em cerca de 4,94 milhões de euros, e será desenvolvido ao longo de vários anos, com a conclusão das obras a acontecer antes do final de março de 2026.
O MNAz, instalado no Mosteiro da Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor, tem uma vasta coleção de azulejos e cerâmica que abrange desde o século XV até aos dias de hoje. Em 2023, o museu foi o mais visitado de Lisboa, com 276.209 entradas, consolidando-se como um ponto de referência cultural e turístico da capital.
As intervenções visam resolver problemas estruturais que afetam a integridade do edifício, como infiltrações e a degradação da fachada exterior, que têm sido alvo de críticas. Embora a fachada do museu não transmita a imagem condizente com o seu valor interior, o MNAz continua a atrair um elevado número de visitantes, especialmente estrangeiros, com destaque para turistas oriundos de França, Brasil e Alemanha.
O Museu Nacional do Azulejo, fundado em 1965, é uma das principais instituições dedicadas ao estudo e divulgação do azulejo e da cerâmica em Portugal. Além da sua função museológica, o MNAz tem um papel fundamental na preservação e valorização do património histórico e cultural do país, em especial no que diz respeito à arte do azulejo.