O Penamacor Vila Madeiro regressou, nos dias 7,8, 14, 15, 21, 22, 23, 24 e 25 de dezembro, para mais uma grande edição. O Maior Madeiro do País foi aceso na noite de 23 para 24, como manda a tradição.
A festa do Maior Madeiro de Portugal contou, mais uma vez, com mercado de Natal, tasquinhas, espaço infantil, animação itinerante, exposições, concertos, apresentações de livros, passeios pedestres, showcookings e mercadinho do livro, entre inúmeras atividades recreativas, gastronómicas e culturais.
Durante a inauguração, o Presidente da Câmara Municipal de Penamacor, António Luís Beites Soares, agradeceu a todos os que permitem que este evento seja possível o empenho demonstrado. “Durante o mês de dezembro abrilhanta a Vila de Penamacor”. O autarca adiantou, ainda, que o Município submeteu esta semana a candidatura dos Madeiros do concelho a Património Imaterial Nacional. “É o resultado de um trabalho de vários anos. Esperamos que em 2025 possamos ter esse selo. Temos outros voos pensados, mas tínhamos que começar por aqui”, disse, desejando, ainda, um santo e feliz Natal a todos.
O evento foi inaugurado no dia 7, altura em que decorreu igualmente a inauguração da exposição “A Fortaleza de Penamacor através da Arqueologia e Documentação Histórica”, no Museu Municipal de Penamacor, sendo que a animação se deslocou da Vila para o Recinto da Nossa Senhora do Incenso, nessa noite, com as atuações de Virgílio Faleiro e de Quim Barreiros e com a já habitual animação itinerante e musical com Emanuel Silva com Lois & Amigos, com o Grupo de Cantares do Rancho Folclórico de Penamacor, com a Orquestra Académica “Já B’ubi & Tokuskopus” e com os Trovadores da Beira, além de vários grupos espontâneos. No dia seguinte, a chegada do Madeiro à Vila de Penamacor foi o primeiro momento alto do certame. Nesse dia decorreu, ainda, o espetáculo “Uma noite ao som de Michael Bublé”, com a convidada especial Rita Guerra.
O Penamacor Vila Madeiro continuou, depois, a 14 de dezembro, com destaque para o 8º Encontro de Cantares ao Menino, para o Concerto de Natal dos alunos do Polo de Penamacor e da Orquestra Sinfónica da Academia de Música e Dança do Fundão e para o concerto da Turma Juvenil da Escola Geração Musical. No dia 15, destaque também para uma dança natalícia com as alunas da Escola Geração Musical, para a atuação dos Cavaquinhos da mesma escola, e para a apresentação do livro “Histórias da minha aldeia”, de António Almeida Serrano.
Entrando nos últimos dias do evento, realce para o Baile do Madeiro com o artista Emanuel Silva e os Djs João Miguens e Garret, para o passeio pedestre com plantação de sobreiros e para o concerto do Coro da Academia Sénior de Penamacor, tudo no dia 21, para o concerto da Orquestra Tradicional Cordinhas da Beira Baixa, Orfeão de Castelo Branco e duas vozes beirãs (cantor João Pedro e fadista Raquel Maria) e para o showcooking “À conversa com os doces”, no dia 22, e para os concertos do Coro Gospel e da Escola de Música da Banda Filarmónica da Aldeia de João Pires, no dia 23. Apesar da festa só ter encerrado no dia 25, o grande destaque foi para a queima do Maior Madeiro de Portugal, nessa noite de 23 para 24, com uma multidão a sair à rua para assistir ao momento. Finalmente, no dia 25, decorreu, ainda, o espetáculo de teatro “O GPS do Pai Natal”.
Durante todo o Vila Madeiro, estiveram, ainda, patentes as exposições “A fortaleza de Penamacor através da arqueologia e documentação histórica” e “Coleções de pintura de Joaquim Matos De Jesus e da Casa das Margaridas”, ambas no Museu Municipal de Penamacor, e a mostra “Fotografias dos Workshops Vila Madeiro”, na Tenda Vila Madeiro. Já nos dias 8 e 23 de dezembro, decorreram “Oficinas de Postais de Natal”, também na Tenda Vila Madeiro, enquanto o mesmo local recebeu, no dia 17 de dezembro, o espetáculo “Travessuras de Natal”, da Companhia Pepes’s Show, e a Festa de Natal do 1.º Ciclo e Jardins de Infância.
No decorrer do mês, a animação itinerante esteve a cargo da Banda à Boleia, de Emanuel Silva com Lois & Amigos, de Frederico Alves e os Amigos do Fole, dos Duendes à Solta, das Concertinas de Gouveia, da Orquestra Académica “Já B’ubi & Tokuskopus”, da Charanga de Soldadinhos, da Banda de Pais Natais e Mim, da Fanfarra 4XX, do Grupo de Concertinas da Casa do Povo de Pinhel, dos Bombos do Barco, dos Picadinhos da Concertina, dos Fanfarrões da Beira, dos Vira Vádio, de As Bonecas de Neve Ambientalistas “Bloki e Floki”, dos Trovadores da Beira, das Concertinas de S. Domingos, das Gaitas Sirigaitas, dos Snow Flow Beat Banda de Natal, do Duo Musical Diogo Acordeonista e Marco Marques, da Lôa Trovadoresca, das Concertinas da Gardunha, da Orquestra Fun Christmas, dos Soldadinhos de Natal, dos Duendes e do Pai Natal, da Fanfarra Nem Fá Nem Fum, dos Seres do Gelo, do Grupo de Concertinas “Os Foligaitos”, de Os Arrebimbas – Concertinas da Boidobra, dos 3 Gnomos e do Quarteto Musical.
O Madeiro
Recorde-se que o Madeiro de Penamacor ganhou fama de ser o maior do país. Todos os anos, com o aproximar do Natal, por todas as freguesias do concelho, os jovens em idade de cumprir o serviço militar unem-se para cortar e transportar os troncos que alimentarão a fogueira para aquecer o Menino Jesus. O grande monte de madeira, depositado no adro da igreja, é ateado ao cair da noite do dia 24, à exceção de Penamacor, que arde de 23 para 24, e mantém-se aceso durante vários dias. Depois da ceia de Natal, a população reúne-se em redor da fogueira, num gesto ritual de fraterno encontro. Em Penamacor, a chegada do Madeiro tem data marcada e o ato assume foros de festividade. De facto, no dia 8 de dezembro, a população acorre generosamente à rua para saudar o cortejo de tratores e reboques, em número que procura sempre bater o antecedente, onde os jovens do ano, dantes só os rapazes e agora também as raparigas, empoleirados nos troncos, atiram à rebatina os frutos do ramo de laranjeira que a praxe manda trazer, cantando acompanhados à concertina.