O Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA) anunciou a aprovação de um pré-aviso de greve a tempo parcial para os pilotos da Portugália, entre os dias 12 e 27 de março. A greve poderá ser renovada por períodos iguais, dependendo das decisões dos associados.
A decisão foi tomada em assembleia geral extraordinária realizada a 5 de fevereiro, tendo sido um dos motivos da insatisfação dos pilotos a gestão do Regulamento do Recurso à Contratação Externa (RRCE), que visa restringir a contratação de voos externos pela TAP, incluindo pela Portugália. Criado em 1998, o RRCE tem sido alvo de críticas por dificultar a operação da Portugália, e, em 2023, gerou custos de 60 milhões de euros devido ao pagamento de compensações indemnizatórias a pilotos da TAP.
Embora a Portugália tenha transitado recentemente da TAP SGPS para a TAP SA, o sindicato lamenta que nada tenha mudado substancialmente e expressa preocupações sobre o futuro da empresa, que emprega atualmente cerca de 900 trabalhadores. Para evitar um cenário de extinção, os pilotos propõem alterações ao RRCE, incluindo a revisão do limite de contratação externa, a manutenção da frota da Portugália em paridade com a TAP e a eliminação da limitação de fabricantes para as aeronaves da Portugália.
A proposta foi rejeitada pela administração da TAP, o que levou o SIPLA a recorrer a medidas mais contundentes. O sindicato já solicitou uma reunião com a administração da TAP, sem resposta até ao momento, mas conseguiu agendar um encontro com o ministro das Infraestruturas para esta terça-feira, 11 de fevereiro.
A administração da TAP, por sua vez, afirmou estar em permanente diálogo com os sindicatos, sem dar detalhes sobre a proposta de alteração ao regulamento.