Um preso, de 25 anos e condenado a uma pena de cinco por roubos, queixou-se de dores de dentes, solicitou uma consulta da especialidade e obteve autorização para se deslocar a uma clínica de Gaia. A viagem foi escoltada por três elementos da Guarda Prisional e decorreu sem problemas. Porém, durante a revista obrigatória a que todos os presos são sujeitos quando voltam à prisão, os guardas prisionais descobriram que o recluso escondia dois telemóveis e outros tantos carregadores na zona genital.
Um recluso tentou regressar à cadeia de Paços de Ferreira, após consulta numa clínica dentária de Gaia, com dois telemóveis e respetivos carregadores escondidos na zona genital.
Os guardas prisionais suspeitam que o pedido de consulta feito pelo preso era parte integrante de um plano delineado para introduzir no estabelecimento prisional estes objetos proibidos.
Na última sexta-feira, o recluso, de 25 anos e condenado a uma pena de cinco por roubos, queixou-se de dores de dentes, solicitou uma consulta da especialidade e obteve autorização para se deslocar a uma clínica de Gaia.
A viagem foi escoltada por três elementos da Guarda Prisional e decorreu sem problemas. O recluso foi consultado, passou um curto período na casa de banho da clínica e regressou a Paços de Ferreira. Porém, durante a revista obrigatória a que todos os presos são sujeitos quando voltam à prisão, os guardas prisionais descobriram que o recluso escondia dois telemóveis e outros tantos carregadores na zona genital.
Para os guardas prisionais, o preso só conseguiu ter acesso aos aparelhos, que provavelmente estariam ocultos na casa de banho, com a colaboração de elementos ligados à clínica e no âmbito de um plano previamente elaborado.
“Excelente trabalho dos guardas prisionais que, ao suspeitarem, do recluso, procederam conforme manda o regulamento geral dos estabelecimentos prisionais”, elogia o presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNGP), Frederico Morais.
Caos na cadeia
O dirigente sindical lembra que estas saídas da cadeia já foram proibidas, mas que, mesmo assim, continuam a acontecer. O caso, salienta Frederico Morais, apresenta contornos anormais porque envolve um recluso que, na segunda-feira da semana passada, já tinha apresentado um comportamento estranho.
Durante a reabertura das celas, às 14 horas, pediu para não ir ao recreio e, cerca de 15 minutos depois, pediu aos guardas prisionais para ser levado à enfermaria. Alegou que estava ansioso e que necessitava de medicação. Após ser consultado pela enfermeira, recusou regressar à cela e foi levado à presença do comissário.
O presidente do SNGP defende que o caso deste recluso é apenas um exemplo do “caos” reinante na cadeia de Paços de Ferreira e noutras prisões do país. Incluindo a de Sintra, onde, na última sexta-feira, fugiu um preso, de 57 anos. O preso, que cumpria uma pena de quatro anos por violência doméstica e posse de arma, estava a pintar os muros de um edifício, junto ao estabelecimento prisional e aproveitou um momento de menor vigilância para escapar.
Dois dias depois da evasão, continua a monte e a ser procurado pelas autoridades.