Entre 16 e 18 de Junho, a Rússia efectuou uma série de operações ofensivas e
bombardeamentos em múltiplas frentes da Ucrânia e regiões fronteiriças russas, alegando avanços e confrontos intensos, segundo fontes ucranianas, ocidentais e russas. Nas últimas 72 horas, a invasão russa registou manobras ofensivas sustentadas e ataques aéreos provocadores de perda civil e militar.
De 16 a 17 de Junho, um bombardeamento russo sobre Kiev causou, segundo as autoridades ucranianas, pelo menos 16 mortos e cerca de 124 feridos em diversos bairros residenciais e infraestruturas vitais, num dos ataques mais mortíferos do ano. Em Odesa, outros dois civis foram mortos em explosões de drones.
O governo ucraniano criticou a ofensiva como “terrorista”, enquanto o presidente Zelenskiy, que viajou ao G7 no Canadá, denunciou a escalada e pediu mais apoio militar e sanções. No G7, foram anunciados novos fundos e sanções pelo Canadá e Reino Unido, mas os Estados Unidos mantiveram-se cautelosos.
No terreno, a Força Soviética russa prosseguiu contra‑ataques no leste ucraniano,
notadamente em Siversk, Kharkiv e Donetsk. Houve relatos de combate intenso em Volchansk e Volchansk Khutory, com a linha de frente relativamente inalterada, e avanços russos em Grigorovka em direção a Serebryanka.
De acordo com a agência russa TASS, as forças de Moscovo lançaram ataques com UAVs
Geran nas retaguardas ucranianas, incluindo Zaporizhia, arredores de Dnipro, Kramatorsk e
Izyum.
A TASS divulgou vários relatos oficiais russos:
A defesa aérea russa derrubou 147 drones ucranianos em dez regiões, com 198 drones
eliminados entre 16 e 17 de junho. Na região de Kursk, os combates terão incluído mercenários hispanofalantes ucranianos e houve vítimas civis em Korenevo e Zvannoe, após ataques com drones FPV.
A TASS reportou que disparos ucranianos causaram vítimas civis na região de Belgorod, com carros civis e edifícios atingidos, e mortes em Borispolye, Grayvoron e Shebekino.
Na direção de Sumy, a “Agrupação Norte” completou a limpeza de Novonikolaevka, e batalhas acesas decorrem em Yunakivka. Em Kherson, trabalhadores civis e infraestrutura sofreram danos, com feridos em Oleshky e Velikiye Kopani.
A ofensiva russa Sudeste de Pokrovsk avançou em zonas como Novosergeyevka, segundo
Moscovo, e continuaram seis contra‑ataques ucranianos repelidos no setor Sul de Donetsk.
A Ucrânia finalizou ainda a repatriação de 1 245 corpos de soldados mortos, completando mais de 6 000 transferências desde os acordos de Istambul.
Contexto
A ofensiva russa de primavera iniciada em abril intensificou-se em junho, com aumento de
cerca de 30 por cento nos combates diários e realinhamento de tropas nos setores de Sumy, Kharkiv e Donetsk.
Os bombardeamentos aéreos à capital, com centenas de drones e mísseis, visam pressionar a Ucrânia durante as conversações diplomáticas, enquanto Moscovo intensifica a pressão sobre civis e posição fronteiriça.
Por seu lado, a Ucrânia continua a responder com ataques de drones dentro do território russo, com impacto em Kursk, Orel, Voronej e Belgorod, provocando vítimas e danos civis.
O conflito mantém-se num impasse dramático, marcado por ofensivas russas, bombardeamentos de larga escala sobre centros urbanos ucranianos e réplicas ucranianas em território russo. A diplomacia no G7 não evitou uma escalada militar, e o futuro do conflito continua incerto, com novo ciclo de negociações previsto após 22 de Junho.